sexta-feira, 29 de abril de 2011

As desigualdades do nosso país

Objetivos
1) Analisar criticamente a realidade social do Brasil nos níveis local, regional e nacional como forma de posicionamento em relação ao seu meio;
2) Compreender que o atual território - com suas fronteiras -, o atual povoamento e a estrutura político-espacial são realidades interligadas e derivadas de um processo histórico que remonta à colonização;
3) Reconhecer que a organização atual do espaço geográfico decorre especialmente da divisão territorial do trabalho gerada pela industrialização;
4) Analisar a urbanização brasileira como um produto de uma forma específica do desenvolvimento capitalista;
5) Compreender que a unidade do Brasil consiste na integração entre diversidades locais, regionais e nacionais.
Estratégias
1) Leitura do texto Concentração de renda no Brasil.

2) Exposição oral do professor, como uso de mapas do Brasil, localizando diferentes regiões e apontando alguns exemplos de disparidades sociais e econômicas entre as regiões.
3) O professor deve conduzir a leitura do texto propondo que os alunos realizem-a em casa e façam um levantamento daquilo que não foi compreendido. Em sala de aula, as dúvidas deverão ser expostas e esclarecidas por meio de exposições e discussões.
5) Promover uma discussão entre os alunos apontando como as transformações no espaço geográfico têm lados positivo e negativo e como isso pode afetar as relações entre as pessoas.
6) O aluno deverá pesquisar temas surgidos a partir das discussões em sala de aula.
Sugestão de atividade
Elaborar um mural construído a partir de fotos, artigos de jornais, reportagens, mapas etc., que ilustrem as desigualdades do país. O mural poderá ficar exposto em sala de aula ou na escola e os alunos que o criaram poderão responder às questões feitas pelos visitantes.

texto

Concentração de renda no Brasil

Ao longo da história, o Brasil vem perdendo a oportunidade de construir um desenvolvimento integral que proporcione um salto na qualidade de vida de seu povo. Essa situação cria contrastes e produz disparidades internas e externas. O Brasil econômico se distancia do Brasil social e isso faz do nosso país um líder em desigualdades sociais.

De um lado há o Brasil que deu certo. Aquele em que as pessoas possuem tudo o que o dinheiro pode comprar. Têm acesso ao que há de melhor em termos de educação, alimentação, lazer, moradia etc. De outro lado há o país dos miseráveis, dos que passam fome. Dos que não têm acesso ao mercado de trabalho, à educação, à saúde, à habitação, à terra. É o país que não deu certo.

Parecem dois mundos distintos, dois países diferentes, e o primeiro faz de conta que o outro não existe.

Pobres mais pobres

Indicadores nacionais e internacionais atestam as disparidades. O Brasil subiu uma posição no ranking das maiores economias do mundo em 2006, de acordo com levantamento divulgado em 17 de junho de 2007 pelo Banco Mundial (Bird), e chegou à 14ª posição. A lista foi elaborada com base no Produto Interno Bruto (PIB) - soma de todas as riquezas produzidas em um ano - de cada país, convertido em dólares. No entanto, esse mesmo Brasil é também um dos países onde mais ocorre a concentração de renda. O resultado disso é que os pobres estão cada vez mais pobres e os ricos cada vez mais ricos.

Com essa realidade, o país acaba em condição semelhante à dos países mais pobres do mundo, onde a disparidade entre ricos e pobres é marcada exatamente pela injustiça social e pelo abuso dos governantes. A concentração de riqueza no Brasil é tão cruel que agrada os ricos e ao mesmo tempo esmaga os pobres, tanto em períodos de expansão como de retração econômica.

Desemprego e desigualdade

Tenta-se justificar essa política de concentração comparando-a com a receita de um bolo, segundo a qual é preciso primeiro fazer o bolo crescer para depois distribuí-lo. No entanto, o que ocorre é que a distância entre pobres e ricos aumenta cada vez mais.

Como exemplo dessa situação de disparidades, basta ver como muitos trabalhadores passaram da economia formal para o mercado informal e como aumenta o desamparo social, o trabalho precário e o desemprego. Exemplos não faltam.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

PLANEJAMENTO BIMESTRAL DE GEOGRAFIA

ESCOLA DE ENSINO BÁSICO ROSINEIDE TERESA MARTINS DA CONCEIÇÃO
PROFESSOR(a): Manoel Francisco                              TURMA: 6.º Ano
DISCIPLINA: Geografia                                                   BIMESTRE: 2.º
PERÍODO: 25 de abril à 15 de julho de 2011

1 – CONTEÚDOS:
·         Orientação e localização
·         Coordenadas geográficas
·         Fusos horários
·         Cartografia
·         Mapas e escalas
·         Rio Largo – aspectos geográficos: localização, geomorfologia, hidrografia, relevo, climas, solos e vegetação.

2-OBJETIVOS:
o   Conhecer e identificar os pontos de orientação
o   Conhecer e caracterizar as coordenadas geográficas
o   Identificar os fusos horários
o   Conhecer o que é cartografia
o   Reconhecer e caracterizar os tipos de mapa
o   Conhecer o que é escala
o   Identificar os aspectos geográficos de Rio Largo

3-ESTRATÉGIAS:
§  Apresentação de mapas, gráficos e tabelas
§  Fundamentação e trabalho com texto
§  Aula expositiva
§  Aula de campo
§  Pesquisa em livros didáticos

4-AVALIAÇÃO:
¤  Questionamento escrito e oral
¤  Observação da participação
¤  Trabalhos em grupo e individual
¤  Trabalho avaliativo bimestral

segunda-feira, 25 de abril de 2011

28 DE ABRIL DIA DA EDUCAÇÃO


Que a educação deveria ser um dos maiores investimentos em qualquer país, ninguém duvida. Mas a questão da educação ainda é séria no Brasil. Apesar de índices demonstrarem que, cada vez mais, os índices de analfabetismo, de evasão escolar e de repetência vêm caindo, a situação ainda não é das melhores.
Existem vários fatores que contribuem para a evasão escolar e para o analfabetismo. A grande maioria das crianças que estuda na rede pública sofrem, além da deficiência do ensino, dificuldades com transporte e alimentação. Além disso, muitas crianças precisam ajudar os pais a trabalhar e cumprem uma jornada dupla que interfere brutalmente no rendimento escolar.
Se já é senso comum dizer que as crianças são o futuro do país, nada mais justo que criar condições para elas estudarem. E está provado também que, quanto maior o nível de instrução, maior a chance de encontrar trabalho.
E quando adulto, quanto maior o nível de escolaridade dos pais, maior será o nível de escolaridade dos filhos também. O Brasil gasta um média de 5,5% de seu Produto Interno Bruto (PIB) na educação, mas ainda não consegue suprir a demanda de estudantes.
O atual sistema educacional brasileiro tem a seguinte estrutura:
Educação Básica: educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio
Educação Superior – universidade e pós-graduação
Mas educar não significa só investir em escola.
O primeiro grupo social do qual participamos é a família e ela participa também do que chamamos educação informal.
O inicio da educação da criança começa
A maior parte do conhecimento humano se dá mediante um processo um processo de educação. Enquanto os animais vivem com base no próprio instinto, o ser humano vive por meio do que aprendeu de seus pais e da sociedade.
O processo de educação começa com a família:
Os pais ensinam a seus filhos o que julgam ser certo, como devem se comportar e respeitar as outras pessoas. A figura dos pais é complementada pela escola, que, além de ensinar a vida em sociedade - para a qual os pais preparam os filhos -, habilita o jovem para escolher um ofício e ser economicamente produtivo.
O mundo moderno exige das pessoas uma preparação cada vez melhor. As novas atividades da economia moderna vêm requerendo uma formação mais abrangente dos candidatos aos novos empregos.
Boa parte da população, porém, nem sequer tem acesso ao ensino fundamental. Erradicar o analfabetismo é uma meta que o Brasil ainda almeja alcançar e pela qual se esforça.
Desde a última década do século XX, tem havido grandes avanços nessa área. O crescimento contínuo da taxa de escolarização vem reduzindo o analfabetismo, elevando o nível de instrução da população em todo o país e diminuindo, gradativamente, as grandes diferenças existentes entre as regiões. Houve um aumento da taxa de escolarização das crianças de 7 a 14 anos de idade. Em todo o Brasil, a proporção dessas crianças que não estavam na escola baixou de 9,8% para 4,3%; como conseqüências, houve redução do analfabetismo e elevação do nível de instrução da população.
O Sudeste deteve a maior taxa de escolarização (96,7%) e o Nordeste, apesar do avanço, a menor (94,1%). O percentual de crianças que estão fora da escola recuou significativamente, também, no Sudeste e no Nordeste.
Esses dados expressivos demonstram a capacidade do povo brasileiro de superar as adversidades. Afinal, a boa educação é a base de uma nação soberana e evoluída, capaz de construir o melhor para si, contribuindo para uma sociedade mais justa e com alta qualidade de vida.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

COMO TRABALHAR O TEMA: SOLO

Tema: Solo
Questão desencadeadora: O que existe embaixo do chão?
Segmento Educacional: Educação Infantil ao 6.º ano
Disciplinas relacionadas: Ciências Naturais, Geografia e Língua Portuguesa

Proposta
A proposta deste plano de aula é elaborar uma Exposição de Curiosidades sobre o Solo a partir de coleções organizadas pelos alunos.

Primeiros Passos
Inicie a seqüência propondo a seguinte questão para seus alunos:
O que existe embaixo do chão em que pisamos?
Os alunos farão observações, coletas, pesquisas e experimentações com alguns elementos que compõem o solo – pedras, tipos de plantas, gravetos, restos de animais, raízes, sementes, terra etc., com o objetivo de ampliar a capacidade deles de observar, fazer perguntas e formular explicações sobre a natureza em geral.

Objetivos de Aprendizagem
Ø  Explorar o ambiente para que possam estabelecer contato com o solo e pequenos animais, manifestando curiosidade e interesse;
Ø  Reconhecer o solo como um ambiente onde habitam muitos seres vivos;
Ø  Reconhecer semelhanças e diferenças entre os elementos vivos e não vivos do solo;
Ø  Reconhecer algumas características do solo e como ele se forma;
Ø  Reconhecer a importância do solo para as plantas;
Ø  Reconhecer alguns dos principais componentes do solo: areia, argila, húmus, água e ar;
Ø  Registrar os conhecimentos através de desenhos e textos ditados para o professor;
Ø  Participar das discussões coletivas compartilhando opiniões e ouvindo colegas;
Ø  Valorizar a preservação do meio ambiente.

Passos Metodológicos
1) Expedição de exploração do solo
• A sugestão é que os alunos possam realizar uma pequena pesquisa de campo, na qual serão valorizadas as suas ações por meio das etapas de coleta, organização e registro dos elementos que encontrarem.
• É recomendável que os alunos explorem espaços diferentes dentro da escola para esta coleta de dados.
• Antes da saída com os alunos, combine algumas regras:
- Não arrancar as plantas;
- Não tocar nem maltratar bichos vivos;
- Não destruir canteiros ou vasos.
2) Investigando o solo – Os solos por onde andamos são todos iguais?
• Retornando à sala de aula, convide os alunos a comparar os resultados de suas pesquisas.
Estimule a observação de todos para características que apontem as semelhanças e diferenças entre os elementos coletados.
• A seguir, proponha que os alunos elaborem um desenho de observação dos elementos que consideram mais curiosos.

Para finalizar a atividade, discuta com as crianças
qual a melhor maneira de mostrar para as outras turmas
da escola aquilo que aprenderam.
Algumas sugestões:
• Montagem de um terrário;
• Organização de cartazes;
• Organização da coleção em caixas feitas de sucata;
• Exposição de desenhos e objetos coletados com textos de curiosidades ditados para o professor.
Propostas de avaliação da atividade
A fim de acompanhar a produção de cada aluno ao longo das atividades, é importante observar se ele é capaz de:
• Interessar-se pelos assuntos da natureza;
• Fazer perguntas relacionadas ao tema;
• Trabalhar colaborativamente;
• Dar explicações sobre os elementos estudados;
• Saber registrar os elementos coletados em forma de desenhos.

Conteúdos trabalhados
• Solos e suas características; • Seres vivos e não vivos

OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÊNIO

Até 2015, todos os Estados membros das Nações Unidas assumiram o compromisso de mudar o mundo com os seus oito jeitos

a)    O que é a Declaração do Milênio e quais são seus objetivos?

b)    Dos oito objetivos de desenvolvimento, qual chamou mais sua atenção? Por quê?

c)     O que você faz em seu dia-a-dia para cumprir o objetivo sete?

Aulas Empáticas

Algumas dicas que podem garantir que seus alunos gostem e respeitem você ainda mais:
  • Misture humildade com conhecimento. O educador não é mais o único detentor da informação, e todos os seus estudantes sabem disso. Experimente contar um fato engraçado que aconteceu com você de vez em quando, citar as fontes de suas informações, indicar os livros de onde você tirou determinada visão.
  • Mostre que você deseja dar sempre algo útil aos alunos. Pode até não ser diretamente relacionado com a matéria, mas comprometa-se a levar, a cada aula, algo que faça com que os alunos reflitam ou saiam de lá melhores do que entraram. Pode ser um dado curioso sobre uma cultura longínqua ou desaparecida, uma frase inspiradora, uma charada, entre outros.
  • Seja acessível. Não tenha medo de conversar com seus alunos antes e depois das aulas, no supermercado, no trânsito. Mostre que você é humano.
  • Agradeça. De vez em quando diga que você apreciou muito a participação na aula, e as perguntas pertinentes que foram feitas. Isso é algo que os alunos não esperam de um professor e certamente aumentará o conceito que eles têm de você.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

ATIVIDADE COM TEXTO

O QUE É TERREMOTO?
     São tremores bruscos e passageiros que acontecem na superfície da Terra causados por choques subterrâneos de placas rochosas da crosta terrestre a 300m abaixo do solo.
     A maioria dos tremores é de origem natural da Terra, chamados de sismos tectônicos. A força das placas tectônicas desliza sobre a astenosfera podendo afastar-se, colidir ou deslizar-se uma pela outra.
As conseqüências de um terremoto são:
• Vibração do solo,
• Abertura de falhas,
• Deslizamento de terra,
• Tsunamis,
• Mudanças na rotação da Terra.

O QUE É TSUNAMI?
     É uma série das ondas de água causada pelo deslocamento de um grande volume de água, como um oceano ou um grande lago. Tsunamis são uma ocorrência frequente no Japão; aproximadamente 195 eventos desse tipo foram registrados. Devido aos imensos volumes de água e energia envolvidos, tsunamis podem devastar regiões costeiras. Acidentes podem ocorrer de forma elevada, visto que as ondas se movem mais rapidamente do que os seres humanos.

ATIVIDADE COM TEXTO JORNALÍSTICO

SITE ÚLTIMO SEGUNDO - sexta-feira, 11 de março de 2011
Terremoto e Tsunami no Japão
Um terremoto com magnitude de 8,9 graus na escala Richter assolou a costa nordeste do Japão nesta sexta-feira, 11 de março, e gerou um tsunami de dez metros que arrastou casas, carros e barcos das cidades litorâneas próximas ao epicentro. Este é o maior tremor já registrado na história do Japão desde que o país passou a monitorar os dados sobre abalos, há 140 anos.

1)      O QUE ACONTECEU?

2)      ONDE ACONTECEU?

3)      QUANDO ACONTECEU?

4)      POR QUE ACONTECEU?

5)      QUE CONSEQUÊNCIAS TROUXE?

quarta-feira, 6 de abril de 2011

19 DE ABRIL DIA DO ÍNDIO

A música de Jorge Benjor diz que "todo dia era dia de índio", lembrando que os índios que viviam no Brasil eram donos da terra quando ele foi descoberto. Mas em outra estrofe, Benjor lembra que "agora ele só tem o dia 19 de abril".
Em 1940, no México, foi realizado o I Congresso Indigenista Interamericano, com a presença de diversos países da América e os índios, tema central do evento, também foram convidados. Como estavam habituados a perseguições e outros tipos de desrespeito, preferiram manter-se afastados e não aceitaram o convite.
Dias depois, após refletirem sobre a importância do Congresso na luta pela garantia de seus direitos, os índios decidiram comparecer.
Essa data, 19 de abril, por sua importância histórica, passou a ser o Dia do Índio, em todo o continente americano.
No Brasil, o então presidente Getúlio Vargas assinou o decreto nº 5.540, em 1943, determinando que o Brasil, a exemplo dos outros países da América, comemorasse o Dia do Índio em 19 de abril.
DE ONDE VEM OS ÍNDIOS?
Existem muitas teorias, algumas até excêntricas, sobre a origem dos índios no continente americano, mas nenhuma comprovada. Ainda hoje, físicos, geólogos, arqueólogos, antropólogos e etnólogos dedicam-se a pesquisas para descobrir de onde vêm os índios, os primeiros habitantes da América.
Esses profissionais trabalham em conjunto e utilizam os conhecimentos uns dos outros: os paleontólogos são especialistas em animais fósseis, entre os quais está o homem; o antropólogo compara as características biológicas herdadas pelos ameríndios e as dos habitantes de outras partes do mundo; o arqueólogo estuda os objetos fabricados pelas sociedades que já desapareceram; o etnólogo estuda a distribuição de objetos fabricados pelas sociedades indígenas atuais e seus costumes, comparando-os com os de povos de outras partes do mundo e o lingüista dispõe de técnicas para identificar as línguas de mesma origem, o que levanta a hipótese de uma possível origem comum para os povos que as falam.
Os estudos sobre o povoamento da América começam pela análise de antigos esqueletos índios, passam pela disposição geográfica desses achados e por estudos detalhados que permitem estabelecer o seu tempo de existência.
O objetivo disso tudo é conhecer os pontos por onde os primitivos habitantes chegaram ao continente, quando isso aconteceu, de onde vieram e como foi direcionado o povoamento do Novo Mundo.
Mesmo sem chegar a uma teoria comum a todos, a maioria dos estudiosos considera que o homem não surgiu da América. Provavelmente ele veio de fora e sua presença parece ser mais recente no Novo Mundo.
Os pesquisadores acham que os índios são descendentes de asiáticos, que vieram através do Estreito de Bering, sendo esta a migração mais importante para o povoamento da América. Estima-se que os primeiros habitantes chegaram ao continente americano há 40 mil anos passados, na última idade glacial.
ÍNDIOS QUEREM E MERECEM RESPEITO
Desde o início da colonização, os índios foram escravizados pelos portugueses. A partir daí, ficaram sujeitos às leis dos homens brancos e sofreram com prisões, com o desrespeito à sua cultura, com as tentativas violentas de integrá-los ao convívio com a civilização.
Os colonizadores viam os índios como seres inferiores e incapazes, que precisavam adquirir novos hábitos para estarem aptos a conviver com eles. Os nativos perderam sua autonomia e passaram a viver em função das leis que os homens brancos criavam para eles ou a respeito deles.
Somente em 1910 vieram algumas boas notícias com relação ao direito do índio à posse da terra e ao respeito de seus costumes, com a instituição do Serviço de Proteção ao Índio - SPI, pelo Marechal Cândido Rondon.
Entre as principais conquistas estão a permissão aos índios de viver conforme suas tradições, proibição do desmembramento da família indígena, garantia da posse coletiva de suas terras, em caráter inalienável, e dos direitos dos cidadãos comuns aos índios.
Em 1967, o SPI foi substituído pela Fundação Nacional do Índio - FUNAI, atualmente subordinada ao Ministério da Justiça.
Apesar de todos esses esforços, ainda era muito forte a idéia de que o índio era um indivíduo incapaz, que precisava ser tutelado pelo Estado até se integrar ao modo de vida do resto da sociedade.
Pela Lei 6001, de 19/12/73, foi sancionado o Estatuto do Índio, que hoje regula a situação jurídica dos índios ou silvícolas e das comunidades indígenas, com o propósito de preservar a sua cultura e integrá-los, progressiva e harmoniosamente, à comunhão nacional.
A Constituição Brasileira de 1988 foi a primeira a trazer um capítulo sobre os indígenas e com isso alterou a filosofia e a postura que se tinha em relação aos índios e aos seus direitos.
Reconheceu oficialmente os índios como povos culturalmente diferenciados e que essa diversidade deveria ser respeitada, sem exigir que eles se adequassem aos hábitos dos homens brancos.
Uma vitória para os índios que hoje têm assegurado por lei o direito de manterem seus costumes, culturas, religiões, língua e tradições.
Os benefícios da nova Constituição, entretanto, não se fizeram sentir na prática. Por falta de adequação aos novos conceitos e da regulamentação do próprio texto Constitucional, as mudanças administrativas verificadas na FUNAI, a partir de 1988, não obtiveram o êxito esperado.
A discussão da questão indígena ganhou espaço no âmbito da sociedade civil. O processo de democratização da sociedade e a falta de condições do Estado brasileiro de prestar a necessária assistência aos índios, contribuíram para o surgimento de entidades civis ligadas à causa, que vêm fazendo esse assunto tão importante ultrapassar os limites das discussões acadêmicas e da própria FUNAI.
Mas as dificuldades enfrentadas pelos índios vão além do âmbito cultural.
Os interesses econômicos nacionais e estrangeiros também podem ser inimigos das sociedades indígenas.
Os índios brasileiros e suas terras muitas vezes são alvo de garimpeiros, madeireiros e fazendeiros que cobiçam essas terras e as riquezas naturais delas, sem se importar com os males e prejuízos causados aos índios e o meio ambiente.
Um exemplo são os garimpeiros que exploram ouro, diamante e cassiterita em terras indígenas e que, além de agir com violência e transmitir todo o tipo de doenças contagiosas aos índios, provocam danos poluindo os rios com mercúrio e outros produtos químicos.
Nas áreas do índios Xikrin, Tembé e Parakanã, no Pará, as madeireiras procuram convencer os índios a arrendar lotes de suas terras para a exploração.
Em troca propõem um pagamento que não chega a 10 por cento do valor das madeiras no mercado mas que, mesmo assim, parece alto e suficiente aos índios.
Há também problemas com relação aos projetos de colonização de terras.
Os latifundiários que compram a terra, formam grandes propriedades e os índios são obrigados a aceitar a viver em áreas espaçadas umas das outras, cortadas por fazendas e estradas.
Da mesma forma os posseiros, sem terras onde trabalhar, invadem terras indígenas, sobretudo aquelas ainda não demarcadas, gerando conflitos e impactos que afetam profundamente as sociedades indígenas.

ORGANIZAÇÃO E SOBREVIVÊNCIA
Os índios vivem em aldeias e, muitas vezes, são comandados por chefes, que são chamados de cacique, tuxánas ou morubixabas. Normalmente, a transmissão da chefia é hereditária (de pai para filho). Os chefes devem conduzir a aldeia nas mudanças, na guerra, devem manter a tradição, determinar as atividades diárias e responsabilizar-se pelo contato com outras aldeias ou com os brancos. Muitas vezes, ele é assessorado por um conselho de homens que o auxiliam em suas decisões.
Os mais velhos - homens e mulheres - adquirem grande respeito da parte de todos. A experiência conseguida pelos anos de vida transforma-os em símbolos das tradições da tribo. O pajé é uma espécie de curandeiro e conselheiro espiritual.
Os índios brasileiros sobrevivem utilizando os recursos naturais oferecidos pelo meio ambiente com a ajuda de processos rudimentares. Eles caçam, plantam, pescam, coletam e produzem os instrumentos necessários a estas atividades. A terra pertence a todos os membros do grupo e cada um tira dela seu próprio sustento.
Para os índios, a terra é um bem coletivo, destinada a produzir a satisfação das necessidades de todos os membros da sociedade. Todos têm o direito de utilizar os recursos do meio ambiente. Nesse sentido, a propriedade privada não cabe na concepção indígena de terra e território. Embora o produto do trabalho possa ser individual, as obrigações existentes entre os indivíduos asseguram a todos o usufruto dos recursos.
Existe uma divisão de tarefa por idade e por sexo: em geral cabe à mulher o cuidado com a casa, das crianças e das roças; o homem é responsável pela defesa, pela caça (que pode ser individual ou coletiva), e pela coleta de alimentos na floresta.
DIVERSIDADE
Os índios representam uma parcela muito importante e expressiva da população, que precisa ser resguardada como um dos tesouros étnicos do Brasil. Vamos conhecer um pouco da riqueza da diversidade dos povos indígenas em seus vários aspectos.
Física
Diferentes entre si e também do restante da população brasileira, os grupos indígenas caracterizam-se por usos, costumes, crenças, organização e culturas próprios. A diversidade física também pode ser bem expressiva, mesmo entre os integrantes de uma mesma comunidade, como resultado do hábito de acasalamento entre diferentes etnias.
De língua
As línguas faladas pelos índios do Brasil são ricas e variadas. Hoje as línguas indígenas classificam-se em dois troncos: o Tupi, com sete famílias lingüísticas e que envolve o Tupi-Guarani, e o Macro-Jê, composta de cinco famílias entre elas o Jê.
Existem, ainda, outros grupos não incluídos nestes troncos:
O Aruák, o Karíb e o Arawá, as três maiores. Além dessas o Guaikurú, Nambikwára, Txapakúpa, Páno, Múra, Katukina, Tukáno, Makú e Yanomami, nove famílias menores, e cerca de dez línguas isoladas, com características únicas, que não se enquadram nas classificações de troncos e famílias existentes. É importante lembrar que poucas línguas indígenas no Brasil foram estudadas em profundidade. O conhecimento sobre elas está, portanto, permanentemente em revisão.
De costumes
Os estudos etnológicos dividem os índios em áreas culturais, regiões que apresentam homogeneidade sobre certos costumes e artefatos que as caracterizam. De acordo com essa classificação são onze as áreas culturais: Norte-Amazônica, Juruá-Purus; Guaporé; Tapajós-Madeira; Alto-Xingu; Tocantis-Xingu; Pindaré-Gurupi; Paraguai; Paraná; Tietê-Uruguai e Nordeste. Essa classificação refere-se apenas às sociedades indígenas brasileiras do século XX.
Caça
É uma atividade tipicamente masculina em todas as sociedades indígenas, pode ser realizada em grupo ou individualmente e é considerada um trabalho. Em geral, os índios são caçadores muito habilidosos e conhecedores das espécies animais. A introdução das armas de fogo e do cão, resultado da interferência do homem branco, tornaram as caçadas mais eficazes para obter não só carne para comer, mas também couro e penas, produtos usados na confecção de artesanatos.
Pesca
Os índios pescam usando vegetais que têm a propriedade de matar ou atordoar os peixes, também pescam com as mãos ou abatem os peixes com flechas de ponta de osso ou a golpes de facão. Hoje já é comum o uso de anzóis de metal, objetos trazidos da civilização urbana.
Coleta
É comum e útil aos grupos que não conhecem a agricultura, tornando-se a única maneira de encontrar alimento vegetal. Os índios procuram frutos, caules e raízes vegetais nativos, isto é, que não foram plantados e cultivados. A coleta inclui ainda a procura de mel e ovos de tartaruga, por exemplo. Também permite obter plantas medicinais, matéria-prima para o preparo de flechas, cordas e resinas para a pintura corporal.
Agricultura
A maior parte das Sociedades Indígenas do Brasil pratica a agricultura em terras florestais utilizando ferramentas como facões, machados e enxadas. Para o plantio os grupos indígenas agricultores preferem, em geral, a mandioca, a batata doce, a abóbora, o cará, as diversas qualidades de milho, a fava, a pimenta, a cana-de-açúcar, o algodão, o inhame, o ananás, a banana e o tabaco.
Criação de animais
Depois do contato com a civilização tornou-se comum, entre diversos grupos indígenas, criar animais domésticos como galinhas, patos, porcos e até bovinos, para o consumo da carne.
Os índios também têm o costume de criar bichos de estimação, como araras, papagaios, macacos etc.
Artesanato
Os índios produzem diversos tipos de artefatos para atender suas necessidades cotidianas e rituais.
São cestos, bolsas, esteiras, panelas, esculturas, instrumentos musicais, máscaras e esculturas, além das plumárias e enfeites de materiais diversos como cocos, sementes, ossos, conchas. O Programa de Artesanato Indígena - ARTÍNDIA, da FUNAI, comercializa em suas oito lojas, espalhadas pelo Brasil, o artesanato original e rico em cores produzido por cerca de 100 diferentes etnias, com matéria-prima extraída da natureza e sem causar danos ao meio ambiente. As peças são compradas diretamente das comunidades indígenas, incentivando-as à manutenção de padrões de sua cultura material e garantindo, ainda, uma fonte de recursos às tribos.