O Brasil é o único
país a participar de todas as 18 Copas do Mundo já disputadas e é o maior
vencedor do torneio com cinco títulos. A primeira aparição, em 1930, no
entanto, foi discreta e a seleção nacional disputou apenas dois confrontos e
terminou em sexto lugar. De positivo apenas o gol feito por Preguinho, jogador
do Fluminense, contra a Iugoslávia, o primeiro do país na história do torneio.
Nos mundiais
seguintes a seleção brasileira evoluiu sobremaneira. Depois de um quinto lugar
em 1934, na Itália, a equipe encerrou na terceira posição a edição de 1938, na
França, quando Leônidas da Silva, apelidado de “Diamante Negro”, consagrou-se como
artilheiro da competição, com oito gols.
Em 1950, quando o
campeonato mundial voltou a ser realizado após doze anos de suspensão por causa
da Segunda Guerra Mundial, o Brasil foi escolhido para ser país-sede. Comandado
por Ademir de Menezes, o famoso “Queixada”, artilheiro da edição com nove gols,
e pelo atacante Zizinho, considerado por especialistas como um dos melhores
jogadores de todos os tempos, a seleção brasileira goleou adversários até a
partida decisiva. Depois de arrasar a Suécia por 7 a 1 e a Espanha, por 6 a 1,
enfrentou o Uruguai e ficaria com a taça com um simples empate. Mas o pior aconteceu: depois de sair na frente,
com um gol de Friaça, o Brasil permitiu a virada uruguaia com Schiaffino e
Ghiggia, que calou o Maracanã.
Depois do
vice-campeonato, os brasileiros entraram como um dos favoritos à conquista de
1954, mas acabaram derrotados nas quartas-de-final pela poderosa Hungria de
Puskas, Koczis e Czibor, encerrando a edição na quinta posição.
Quatro anos depois,
na Suécia, finalmente o Brasil entraria para a história. Com craques como
Nilton Santos, Zagallo, Didi, Vavá, Nilton Santos, Garrincha e um garoto de 17
anos, chamado Pelé, que disputava sua primeira Copa do Mundo, a seleção
encantou o mundo.
Os brasileiros
passaram com facilidade pela primeira fase e venceram País de Gales nas
quartas-de-final, com um gol de Pelé no segundo tempo, o primeiro dele em
Copas. Na fase seguinte, o adversário foi a França de Just Fontaine, artilheiro
da competição com 13 gols. Era o duelo entre a melhor defesa, a brasileira, e o
melhor ataque, o francês. Não deu outra: Pelé brilhou e balançou a rede três
vezes na vitória por 5 a 2.
Na decisão o
adversário foi a Suécia, país anfitrião. Os brasileiros novamente arrasaram e
venceram novamente por 5 a 2, com dois gols de Pelé, dois de Vavá e um de
Zagallo. Era o primeiro título mundial da geração comandada pelo “Rei do
Futebol” e Garrincha.
Em 1962, no Chile,
viria a conquista do bicampeonato. Contudo, engana-se quem pensa que foi fácil.
Os brasileiros viram Pelé contundir-se na segunda partida contra a
Tchecoslováquia e sofreram na partida contra a Espanha, que saiu na frente, mas
o Brasil, liderado pela magia de Garrincha e com o oportunismo de Amarildo,
substituto de Pelé, virou com dois gols do atacante reserva, avançando no
certame. Nas quartas-de-final, a equipe
venceria a Inglaterra por 3 a 1, com show do “Anjo das Pernas Tortas”.
Na semifinal triunfo sobre o Chile por 4 a 2, com dois gols de Garrincha e
outros dois de Vavá.
A final foi contra a
Tchecoslováquia, com quem o Brasil havia empatado por 0 a 0 na primeira fase.
Com Pelé machucado, a responsabilidade ficou nas costas de Garrincha, que não
decepcionou. O Brasil saiu perdendo, mas empatou com Amarildo, que substituiu o
“Rei” à altura naquela Copa. No segundo tempo, Zito e Vavá ampliaram o marcador
e os brasileiros sagraram-se bicampeões mundiais.
Com falhas de
planejamento, que começaram com a ampla convocação de jogadores que foram sendo
cortados, e uma equipe desentrosada, mesmo contando com craques do nível de
Pelé, Garrincha e Tostão, os brasileiros não apresentaram um bom futebol e
decepcionaram em 1966, na Inglaterra, obtendo apenas a 11ª posição. A seleção
cairia na primeira fase, obtendo vitória apenas sobre a Bulgária. A derrota
para Portugal, em uma partida em que Pelé foi caçado em campo, decretou a
eliminação da equipe canarinho.
Em 1970, o mundo se
rendeu de vez a Pelé e ao talento brasileiro, que contava com o “Furacão”
Jairzinho, Tostão, Carlos Alberto Torres, Rivelino e Gérson. Depois de encerrar
a primeira fase invicto, o Brasil bateu dois adversários sul-americanos – Peru
e Uruguai – e chegou em mais uma final, desta vez contra a Itália. Na decisão,
a eficiência e a habilidade da equipe superaram os europeus em uma mágica
goleada por 4 a 1, com gols de Pelé, Gersón, Jairzinho e Carlos Alberto Torres,
capitão da equipe, depois de um chute inesquecível. Era a conquista do
tricampeonato e da taça Jules Rimet em definitivo.
Nas edições
seguintes, em 1974, na Alemanha Ocidental, e em 1978, na Argentina, os
brasileiros não repetiram os bons desempenhos e terminaram na quarta e na
terceira posições, respectivamente. No país vizinho, porém, a seleção se
auto-proclamaria “campeã moral”, nas palavras do técnico Cláudio Coutinho, por
ter deixado o campo invicta.
Em 1982, na Espanha,
com um time repleto de craques como Júnior, Falcão, Zico e Sócrates, o Brasil
tinha tudo para ser campeão, mas esbarraria na Itália no que ficou conhecido
como “Tragédia do Sarriá”. O atacante
Paolo Rossi seria o carrasco ao marcar três vezes e derrotar o Brasil por 3 a
2. A quinta colocação na Espanha voltaria a se repetir em 1986, no México,
quando a mesma geração, mas com Careca e Muller, perdeu, nos pênaltis, para a
França, de Platini, nas quartas-de-final, após empate por 1 a 1 no tempo
regulamentar.
Em 1990, na Itália,
mais decepção e a eliminação para a Argentina, sua maior rival histórica, com
um gol de Cláudio Caniggia, nas oitavas-de-final. Sob o comando de Sebastião
Lazaroni, a equipe deixaria o país europeu com a nona colocação.
A Copa de 1994 foi
disputada nos Estados Unidos, país sem tradição no futebol. Com uma seleção
formada por jogadores como Dunga, Taffarel, Branco, Bebeto e Romário, viria o
sonhado tetracampeonato em uma campanha invicta. Na final, o duelo contra a
Itália teve tintas dramáticas. Depois de superar os donos da casa, além da
Holanda e Suécia em partidas emocionantes, o empate com os italianos por 0 a 0
no tempo normal e na prorrogação forçaria a definição do primeiro tetracampeão
mundial na disputa de penalidades. Roberto Baggio, craque maior da “Azzurra”,
chutaria para fora e daria o título ao Brasil.
Em 1998, na França,
que recebia a competição pela segunda vez, o Brasil tinha tudo para chegar a
mais um título. Após uma primeira fase tranqüila, a equipe, comandada pelo
tetracampeão Zagallo, eliminara Chile, Dinamarca e Holanda para garantir o
lugar em mais uma final. A decisão final foi contra os donos da casa, que
contavam com Zinedine Zidane, um dos melhores do mundo na época. O Brasil de
Roberto Carlos, Rivaldo e Ronaldo, todos em grande fase, teve antes do jogo seu
maior baque. O “Fenômeno” passou mal durante a tarde e teve convulsões. Mesmo
assim, recuperou-se e foi para o jogo. Em campo, Zizou e companhia não tomaram
conhecimento dos abalados brasileiros e venceram por 3 a 0, levando o título
para a França de maneira inédita
.
O Brasil voltaria a
dominar o mundo quatro anos depois, na primeira Copa realizada simultaneamente
em dois paises, na Coréia do Sul e no Japão. Ronaldo, que vinha de grave lesão
no joelho, contou com a ajuda de Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho para dar a voltar
por cima. Ele foi o artilheiro com oito gols e marcou os dois da vitória contra
a Alemanha que sagraria o Brasil pentacampeão do mundo.
Em 2006, na Alemanha,
uma nova decepção. Com o denominado “quadrado mágico” formado por Kaká,
Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo e Adriano, o Brasil pouco produziu e o quarteto
marcou apenas seis gols, sendo incapaz de superar novamente a França, do craque
Zidane, que outra vez acabou com o sonho brasileiro e venceu por 1 a 0, gol de
Henry, nas quartas-de-final. A equipe encerrou, assim, na quinta posição do
torneio.
E em 2010, na África
do Sul, novamente ficamos abaixo do esperado. E mais uma vez a seleção
brasileira caiu nas quartas-de-final, desta vez, para a Holanda, e de virada -
por 2 a 1.