quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

27 de Fevereiro DIA DO LIVRO DIDÁTICO



Muitas vezes, o Livro Didático é a única forma de acesso da criança à leitura e à cultura letrada. Suas principais funções são transmitir conhecimentos, desenvolver capacidades e competências, consolidar e avaliar o conteúdo estudado.

Recurso didático fundamental, sua distribuição gratuita aos estudantes da rede pública é assegurada pelo Estado.

Em 1929, foi criado o Instituto Nacional do Livro, com o objetivo de legitimar o Livro Didático e auxiliar no aumento de sua produção. No entanto, essa política passou por muitas mudanças até resultar na criação do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), em 1985.

A partir daquele ano, o professor da escola pública passou a escolher o livro mais adequado aos seus alunos e ao projeto pedagógico da escola, a partir de uma pré-seleção do MEC. A reutilização do livro e a introdução de normas de qualidade foram outros importantes avanços.

Com o amadurecimento desse processo, a produção e a distribuição de livros didáticos tornaram-se contínuas e massivas a partir de 1997.

Hoje, o governo federal envia livros didáticos aos alunos do ensino fundamental e tem aumentado a oferta de obras de literatura, dicionários e até mesmo de livros em braile (para os deficientes visuais) e em libras (para os deficientes auditivos).

Também tem sido crescente, nos últimos anos, a distribuição de obras didáticas aos alunos do ensino médio e aos programas de alfabetização de jovens e adultos.


O livro faz toda a diferença na formação de uma criança.

Embora estejamos na era da informática, as histórias infantis fazem a criançada viajar num mundo de fantásticas aventuras e encantam todas as idades. 

O livro constitui um meio fundamental para conhecer os valores, os saberes, o senso estético e a imaginação humana Como vetores de criação, informação e educação, permitem que cada cultura possa imprimir seus traços essenciais e, ao mesmo tempo, ler a identidade de outras.

Janela para a diversidade cultural e ponte entre as civilizações, além do tempo e do espaço, o livro é ao mesmo tempo fonte de diálogo, instrumento de intercâmbio e semente do desenvolvimento.

Quais são as Habilidades e Competências desenvolvidas em Filosofia para Crianças?


                     Nos estudos contemporâneos sobre Filosofia para Crianças no século XXI encontramos muitas possibilidades de trabalhar as habilidades e competências dos alunos em sala de aula. Sabemos que cada pessoa é única e, portanto, singular; por isso, notamos que as crianças precisam de atenção específica para atendê-las conforme suas necessidades.

                      Na prática filosófico-pedagógica trabalham-se as habilidades e competências  a  partir  das  especificidades de cada educando. Isto é, o profissional da educação procura agir metodologicamente, de acordo com o nível  de  entrosamento  possível  alcançado  entre os alunos nas atividades educacionais,  a  fim de  aprimorar  a  produção  intelectiva  do  discente e acrescentar novos dados cognitivos às delimitações categóricas na evolução do ensino-aprendizado.

Sendo  assim,  podemos  viabilizar  o  desenvolvimento  da  competência  e habilidade geral de: Fala, Leitura e Escrita, enfatizando o Ouvir como o mais difícil de ser alcançado com precisão.

Para desenvolver habilidades e competências em Filosofia para Crianças é importante proporcionar que o educando constitua sua capacidade de:

atenção,
observação,
análise,
criatividade,
curiosidade,
abstração,
crítica,
reconstrução racional,
pensar múltiplas possibilidades para a solução de problemas,
do desenvolvimento do pensamento sistêmico,
emitir pareceres,
compartilhar,
auto correção e reconhecimento da falibilidade,
compreensão e sensibilidade referente aos fenômenos,
flexibilização diante de incertezas,
suportar as inquietudes,
conviver com o imprevisível,
acolher a diversidade.

Estas capacidades integram a Atitude Investigativa na qual os alunos são inseridos em aulas de Filosofia para Crianças. Eles  aprendem  também  a clarificar  as  ideias,  participar  das  atividades  com espírito de equipe, respeitando as opiniões e voltando atrás quando necessário para que haja razoabilidade.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Educação do pensamento – Aprimorar a capacidade de pensar



Filosofia para Crianças propõe que os conceitos e problemas sejam investigados utilizando-se das habilidades de pensamento (habilidades de raciocínio, investigação, interpretação e conceituação) e das habilidades sociais, estas ligadas à empatia, descentralização e agir com base a regras estabelecidas em comum. As habilidades são capacidades que permitem um pensar bem sobre os conceitos. O melhor ambiente para aprender a pensar é a pedagogia da Comunidade de Investigação. Aprender a pensar por si mesmo sobre o próprio pensar é uma forma de investigação filosófica que emprega a lógica para um pensar crítico, a dimensão estética para um pensar criativo e a dimensão ética para um pensar cuidadoso.
O pensar multidimensional – crítico, criativo e cuidadoso – está ancorado no campo filosófico. A pedagogia para o aprender a pensar bem é o diálogo investigativo em comunidade. O mesmo processo pode ser ampliado para as outras práticas pedagógicas nas diversas áreas do conhecimento. Pensar é uma atividade holística e a filosofia contribui com uma perspectiva interdisciplinar. 
 Filosofia para Crianças propõe que os conceitos e problemas sejam investigados utilizando-se das habilidades de pensamento (habilidades de raciocínio, investigação, interpretação e conceituação) e das habilidades sociais. As habilidades são capacidades adquiridas pela experiência que permitem um pensar bem sobre os conceitos e problemas.
Pensar bem tem as características de ser autônomo, reflexivo, crítico, criativo, cuidadoso, autocorretivo. Estas capacidades orientam os procedimentos que a inteligência deve tomar em determinada situação problemática. Portanto, são procedimentos inteligentes desenvolvidos através da prática, avaliados e reconhecidos como recursos, instrumentos ou ferramentas do pensamento para construir o conhecimento. São recursos, instrumentos ou ferramentas que permitem nosso pensamento ampliar o conjunto de conceitos e formas de resolver problemas. As habilidades estão em constante processo de aprimoramento á medida em que são empregadas no processo reflexivo ou investigativo. Elas são constituidoras da inteligência humana.

Lipman criou uma classificação de habilidades em quatro grupos:

a) Habilidades de raciocínio: inferir, comparar, identificar semelhanças e diferenças, contrastar,  dar razões, definir, aplicar critérios, detectar pressupostos, ambiguidades, contradições, etc.

b) Habilidades de investigação: observar, problematizar, formar hipóteses, verificar, provar, mesurar, descrever, sintetizar, concluir, etc.

c) Habilidades de formação de conceitos: estabelecer relações de parte-todo / meio-fim / causa-conseqüências, definir, generalizar, etc.

d) Habilidades de interpretação ou tradução: parafrasear, narrar, descrever, interpretar, perceber implicações, criticar, etc.

          As habilidades sociais dizem respeito às capacidades de trabalho com o outro na comunidade. Elas estão ligadas à empatia, à forma de lidar com as próprias emoções, à descentralização e ao agir com base em regras estabelecidas em comum.
       O melhor ambiente para desenvolver as habilidades e aprender a pensar é a pedagogia da Comunidade de Investigação. Aprender a pensar por si mesmo sobre o próprio pensar é uma forma de investigação filosófica que emprega a lógica para um pensar crítico, a dimensão estética para um pensar criativo e a dimensão ética para um pensar cuidadoso. O pensar multidimensional – crítico, criativo e cuidadoso – está ancorado no campo filosófico. A pedagogia para o aprender a pensar bem é o diálogo investigativo em comunidade. O mesmo processo pode ser ampliado para as práticas pedagógicas nas outras áreas do conhecimento. A filosofia contribui com uma perspectiva interdisciplinar, buscando um pensar holístico sobre a experiência.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

FILOSOFIA PARA CRIANÇAS – EDUCAÇÃO PARA O PENSAR




O Prof. Dr. Matthew Lipman, filósofo e educador norte-americano, criou o Programa Filosofia para Crianças no final década de 60. Pioneiro em pensar a contribuição da filosofia para a formação integral das crianças, sua intuição foi aos poucos se constituindo em um novo paradigma de educação: uma prática reflexiva e investigativa (inquiry) em comunidade.
Lipman se baseia em J. Dewey e L.Vygotsky que enfatizam a necessidade de aprender a pensar e não apenas memorizar conteúdos. Incorpora contribuições de diversos psicólogos e filósofos na estruturação de um projeto de ensino da filosofia. Podemos acrescentar nesta lista nomes como George H. Mead, C. S. Peirce, Jean Piaget, Justus Buchler, Gilbert Ryle, Ludwig Wittgenstein, Martin Buber, Kant, dentre outros. Algumas destas contribuições estaremos aprofundando em nossas discussões seguintes.
Para Lipman há algo em comum entre as crianças e os filósofos: a capacidade de se maravilhar com o mundo. Os filósofos levam esta capacidade de maravilhamento às últimas consequências, descobrindo e investigando os problemas da experiência humana. Tais problemas giram em torno de conceitos centrais, comuns e controversos em nossa experiência. Desta forma, os filósofos conseguem criar e reconstruir conceitos e buscar formas de explicação mais abrangentes para os problemas da vida.
        As crianças ficam intrigadas com os mesmos conceitos problemáticos, ou seja, colocam-se questões sobre a verdade, as regras, a justiça, a realidade, a bondade, a amizade, etc. Necessitam, portanto, de uma educação filosófica para tratar destas questões e, simultaneamente, aprender os processos do raciocínio e do julgamento.
        Filosofia para Crianças tem por objetivo introduzir de forma intencional e sistemática a investigação filosófica na formação das crianças desde os primeiros anos da educação formal e informal. Podemos dizer que a principal tarefa do professor é a de criar condições para que as crianças aprendam os conceitos de forma reflexiva e não mecânica, ainda que, algumas vezes, tenhamos de recorrer a exercícios para bem realizar este trabalho. Se a educação deve realizar a tarefa de aprender a usar a palavra para significar a experiência, então há uma dimensão filosófica em toda atividade docente.
Fazer filosofia com as crianças é criar esta prática de pensar, um ambiente onde o questionamento da criança sobre conceitos comuns, centrais, controversos e problemáticos da experiência infantil possam ser adequadamente investigados e não simplesmente respondidos com “verdades absolutas” ditadas pela experiência do adulto. O pressuposto deste paradigma educacional é o de que a educação deve começar onde está a criança e não onde está o professor. Trata-se, antes de mais nada de respeitar a dignidade da criança, um ser ativo, presente, brincante, pensante, portador e produtor de saberes.
Trata-se de garantir o direito à liberdade de pensar, de escolher, de agir e de se expressar. De acordo com o que já dissemos fazer filosofia é uma necessidade humana básica para poder lidar de maneira inteligente com os desafios e conflitos da vida da criança e não menos na vida do professor ou de quem ouse abandonar o comodismo dos conceitos prontos ou a rotina que leva a mesmice. Se estas reflexões estiverem corretas, a força do amor implícita na palavra filosofia deveria encorajar todos a se envolver numa luta pela democratização do acesso à filosofia em todas as idades, em todos os momentos da educação que se proponha formadora das pessoas, em todos os espaços da vida, independente de concordar ou não com um caminho para esse objetivo que é Filosofia para Crianças.