São compromissos que a escola precisa assumir para
garantir que as aprendizagens previstas aconteçam, para criar as condições
necessárias ao desenvolvimento das capacidades e dos saberes que se pretende
que as crianças conquistem no Ensino Fundamental:
• Fazer de cada sala de aula um ambiente de trabalho
colaborativo, para que os alunos possam enfrentar sem medo os desafios
colocados, sabendo que o erro faz parte do processo de aprendizagem e que
contam com apoio do professor e dos colegas para darem o melhor de si.
• Garantir o direito de expressão do pensamento e das
ideias dos alunos, mesmo que divergentes das posições do professor e dos
colegas, e o exercício de discutir diferentes pontos de vista, acolher e
considerar as opiniões dos outros, de defender e fundamentar as próprias
opiniões e de modificá-las quando for o caso.
• Fazer da escola um lugar de legítimo respeito aos modos
de falar que os alunos trazem de suas comunidades de origem e, ao mesmo tempo,
de experimentação dos modos mais formais de uso da fala, aprendendo a adequá-la
às diferentes situações de comunicação oral.
• Comprometer os alunos com propostas que extrapolem os
limites da sala de aula e ‘ganhem a rua’: campanhas na comunidade, cartas aos
meios de comunicação emitindo opinião sobre problemas que lhes preocupam,
solicitações a instituições, correspondência com outras escolas etc., sempre
que possível fazendo uso da Internet.
• Criar contextos – projetos, atividades de comunicação
real, situações de publicação dos escritos - que justifiquem a necessidade da
escrita correta e da adequada apresentação final dos textos.
• Elaborar e desenvolver um programa de leitura na
escola, articulando todas as propostas em andamento e outras consideradas
necessárias, ações que envolvam intercâmbio com os familiares e uso dos
recursos disponíveis na comunidade, de modo a constituir uma ampla rede de
leitores que se estenda para além do espaço escolar.
• Transformar cada sala de aula em uma comunidade de
leitores que compartilhem diferentes práticas de leitura e escrita, de modo que
estas possam se tornar atividades valorizadas e necessárias para a resolução de
vários problemas na escola e fora dela.
• Garantir o acesso dos alunos a diferentes portadores de
texto e a textos de diferentes gêneros, bem como a participação em situações
diversificadas de leitura e escrita, tendo em conta os propósitos sociais que
caracterizam estas práticas.
• Preservar o sentido que têm as práticas de leitura e
escrita fora da escola, buscando a máxima coincidência possível entre os
objetivos de ensino destas práticas na escola e os seus objetivos sociais, ou
seja, utilizar todo o conhecimento pedagógico para não ‘escolarizá-las’;
• Organizar uma rotina diária que viabilize o trabalho
com todas as áreas do conhecimento que se constituem em componentes
curriculares nas séries iniciais, de modo a favorecer e potencializar o
desenvolvimento de capacidades cognitivas, físicas, afetivas, éticas,
estéticas, de inserção social e de relação interpessoal.
• Priorizar metodologias pautadas no trabalho com
hipóteses, conjecturas ou suposições que as crianças possam testar, validar ou
refutar, experimentando diferentes formas de pensar, aprender e se expressar.
• Assegurar que as crianças possam exercer os seus
direitos de leitores, escritores e aprendizes das diferentes áreas do
conhecimento. Ou seja, como leitores, podem fazer antecipações quando leem,
formular interpretações próprias e verificar sua validade, perguntar o que não
sabem, questionar as intenções do autor, emitir opinião sobre o assunto lido.
Como escritores, devem produzir textos que façam sentido, em situações de
comunicação real, com tempo suficiente para escrever e revisar conforme a
necessidade, podendo solicitar ajuda quando preciso e elegendo leitores para
analisar a qualidade dos próprios textos. Como aprendizes das diferentes áreas
do conhecimento, podem expressar suas hipóteses e seus saberes sobre qualquer
assunto, recebendo ajuda para fazê-lo e para avançar em seu processo de compreensão.
• Considerar os indicadores das provas externas como uma
demanda contextual necessária de se tomar como referência na organização do
trabalho pedagógico, mas não como ‘a’ razão da educação escolar, porque a
função social da escola não pode, em hipótese alguma, se confundir com a tarefa
exclusiva de preparar os alunos para ‘irem bem’ nas provas externas.
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