terça-feira, 27 de outubro de 2015

DIVERSIDADE DE GÊNERO

A partir da década de 90 do século XX, a questão da diversidade humana ganhou mais espaço nos debates da mídia, da Psicologia, da Sociologia, da Antropologia, do Direito e da Educação. Diante dessa repercussão, houve interesse por parte de diversas organizações em trabalhar essa temática, fato percebido em campanhas publicitárias e condutas de relacionamento. As relações sociais são construídas no âmbito da vida em sociedade. Em outras palavras, os agentes sociais interagem, produzem e reproduzem formas de socialização/formação segundo algumas disposições – ou seja, ações recorrentes que são incorporadas na prática social – e nos permitem refletir sobre como a identidade se constituiu. Compreende-se que a diversidade consiste nas diferenças visíveis e invisíveis entre as pessoas, que incluem gênero, habilidades mentais e físicas, raça, etnia, identidade sexual, religião, nível educacional, idade, status conjugal, poder aquisitivo, que têm sido objeto de um número crescente de publicações e projetos de pesquisas, possibilitando o avanço das reflexões teórico-críticas que culminam em propostas sócio educativas. A abordagem da diversidade cultural destaca a importância de respeitar todas as diferenças culturais, de desconstruir a forma como se organizam suas concepções. Isto porque surgem problemas na convivência humana, que são difundidos e assimilados por todos na sociedade, condicionados por “ideais” sociais, que determinam os modelos de acordo com os quais o sujeito deve agir. Para viver em sociedade, os seres humanos precisam reconhecer e aceitar os aspectos que constituem a diversidade humana: cultura, religião, situação econômica, aparência física, idade e geração, raça, etnia etc., pois os indivíduos são constituídos pela associação de seus hábitos, conceitos, crenças e tradição. Temos consciência de que a sociedade possui uma visão de homem padronizada que classifica as pessoas de acordo com essa visão. Elegemos um padrão de normalidade e nos esquecemos de que a sociedade se compõe de homens diversos, que ela se constitui na diversidade, assumindo, de outro modo, as diferenças. Historicamente falando, a escola tem dificuldade de lidar com a diversidade. Ressalte-se que, na verdade, a diferença, a singularidade e as exceções é que vêm sendo excluídas da sociedade. O que se espera de todos é a semelhança, a padronização. Por exemplo, na escola, as diferenças tornam-se problemas ao invés de oportunidades para produzir saberes. Acima de tudo, a escola tem a tarefa de ensinar os alunos a compartilhar os saberes, os sentidos diferentes das coisas, as emoções, a discutir, a trocar pontos de vista. Em tese, a escola é o lugar em que todos os alunos devem ter as mesmas oportunidades, mas com estratégias de aprendizagens diferentes; é um local formado por população composta por diversos grupos étnicos cada um com seus costumes e suas crenças. Na sociedade atual, a educação escolar crescentemente se faz indispensável para a cidadania autônoma e competente. Embora não seja a escola o único lugar onde acontece a educação, constitui-se em um espaço especialmente organizado para que se dê a construção de valores, conhecimentos e habilidades necessários ao pleno, consciente e responsável exercício da democracia. A escola viabiliza o desenvolvimento do espírito crítico, a observação e o reconhecimento do outro em todas as suas dimensões, e é a instituição responsável pela passagem da vida particular e familiar para o domínio público. A escola tem, assim, função social reguladora e formativa para os alunos. É a instituição por intermédio da qual a criança se introduz no mundo público, e daí a importância do papel do Estado em relação a todas elas. 

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