segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

O QUE FAZ UMA BOA ESCOLA?

Bons resultados no vestibular? Boas notas nos boletins dos alunos? Uma escola onde a maioria dos alunos fica para exames ou reprova? (Parece incrível, mas conheço alguns professores que ainda acham que são excelentes profissionais porque reprovam, em séries mais avançadas, grande parte da turma.)

Será que uma boa escola é aquela que considera uma turma pequena, com um professor medíocre, melhor do que uma turma grande com professores líderes inspiradores? Podemos pensar na frase do professor Dr. Francisco Fialho, “professores entusiasmados, alunos encantados”.

Uma boa escola é uma comunidade de pais, professores, funcionários e gestores que, em uma maioria muito mais significativa do que pensamos – apesar de sobrecarregada com uma variedade de tarefas pedagógicas e não-pedagógicas, e um rendimento financeiro medíocre –, executa um trabalho em busca do crescimento próprio e dos educandos sob sua responsabilidade.
Algumas lições que esses educadores têm para nós:

Atividades extracurriculares

Possuir um bom programa, que desperte o interesse, curiosidade e motivação dos alunos, parceiros e outros professores, pode acrescentar um resultado bastante significativo. Estabelecer parcerias com fontes da comunidade também é um excelente diferencial, principalmente quando atinge o sucesso.

Tecnologia como ciência

O uso das ferramentas tecnológicas desperta nas crianças e adolescentes um desafio motivador. Isso porque nossos educandos têm a mente aberta para agregar o novo com mais facilidade do que os adultos. Porém, ferramentas tecnológicas são caras. Entretanto, é possível realizar um trabalho de alfabetização tecnológica, por exemplo, baseado em sucata e artes. Ou seja, utilizar a criatividade e recursos disponíveis respeitando outro tipo de tecnologia: da idéia.

Profissionais preparados

Incrementar e desenvolver a competência profissional das pessoas que fazem parte de nossa escola deve ser uma preocupação constante. Não quero dizer com isso que devamos bancar esse desenvolvimento, mas sim possibilitar. Muitas escolas não permitem que seus professores profiram palestras ou desempenhem outras tarefas em organizações que não pertençam ao mesmo sistema ou ao mesmo grupo. Isso é coisa do século passado!

Se agirmos dentro de princípios éticos, a convivência com instituições diferentes das que trabalhamos possibilitará a observação, percepção e análise de outra realidade, assim como dará a oportunidade de exercitar a consciência social e cidadã.

Realizando um desenvolvimento harmonioso de nossos profissionais, teremos uma instituição que olha para dentro de si mesma e sabe que é mais gratificante e prazeroso ser melhor “com” do que melhor “de”.

Número ideal

Todos nós gostaríamos de classes com poucos alunos. Porém, muitas vezes a realidade é outra. Para cada série existe um número ideal, nem sempre pequeno, considerado mais ou menos um “ponto ótimo”, o qual ajuda – não só no gerenciamento da papelada de correção e burocracia – no preparo das aulas com um tempo significativo para isso e também para o desenvolvimento social, possibilitando opções de relacionamentos de amizade e coleguismo no grupo.

Como podemos ver nesses aspectos, os professores realizadores buscam diferenciais. Um exemplo pessoal: minha professora de piano, Dona Sarita, foi na realidade quem me despertou para o gosto da leitura. Quando eu dizia “Isso eu não sei“, ela repetia em seguida: “Você não sabe ainda.”

Essa atitude me despertou uma auto-confiança de que eu poderia aprender o que quisesse e que nada era tão difícil. Sentia-me motivada para descobrir por conta própria e ler sobre qualquer assunto.

Gestores, vamos incentivar os professores a serem diferentes, a tentar, a ousar. Assim construímos uma boa escola.

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