Quando buscamos as causas da violência escolar, as famílias dos
alunos frequentemente aparecem como uma das principais causas de tal fenômeno.
Mas até que ponto essa crença é correta?
Sem dúvida, a família é essencial no desenvolvimento de qualquer
indivíduo e poderíamos dizer que ela muitas vezes é a base para a formação da
nossa personalidade. Mas não podemos deixar de pontuar que ela não é a única
influência à qual as crianças estão submetidas. Desde que nascemos recebemos
inúmeros estímulos dos mais variados ambientes e é essa conjunção de impressões
que vamos colhendo ao longo da vida, a partir dos lugares que passamos e das
pessoas com as quais convivemos que irá determinar nosso caráter. Assim, embora
a família tenha um peso bastante considerável na nossa formação, não
necessariamente será a referência determinante. Podemos ter como maior
referência em nossa vida um professor, uma religião ou até mesmo a família de
um amigo, pois somos seres humanos multifacetados e nossa identidade se
constrói através de uma série complexa de situações, como se fosse um
quebra-cabeça.
Nesse quebra-cabeça cada um que passar pela vida de uma criança
terá sua parcela de responsabilidade por aquilo que ela se tornará e sem sombra
de dúvida, a escola pode e deve contribuir para que sua parcela de participação
seja perene e determinante. Isso significa pensar que assim como as famílias,
os educadores são modelos para seus alunos, querendo ou não. Ao aprenderem por
imitação, as crianças colocam o fator ambiental como causa dos seus
comportamentos, fator esse que é representado pelas famílias, pela escola,
pelos amigos, pela sociedade em geral.
Desta forma, a escola pode, assim como a família, ser uma das
peças importantes desse complexo quebra-cabeça que é o caráter dos seus alunos
e deve aproveitar essa excelente oportunidade de fazer a diferença!
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