É a maneira como alguém se sente
e se apresenta para si e para as demais pessoas como masculino ou feminino, ou
ainda pode ser uma mescla, uma mistura de ambos, independentemente do sexo
biológico (fêmea ou macho) ou da orientação sexual (orientação do desejo:
homossexual, heterossexual ou bissexual). É a forma como nós reconhecemos a nós
mesmo e desejamos que os outros nos reconheçam. Isso incluí a maneira como
agimos (jeito de ser), a maneira como nos vestimos, andamos, falamos (o
linguajar que utilizamos) e também, nos vestimos.
A identidade de gênero é normalmente confundida com a orientação
sexual. Por exemplo, é muito comum as pessoas travestis serem consideradas como
homossexuais, pois, o fato dessas pessoas portarem, em seus corpos, elementos
mais femininos, leva a grande maioria das outras pessoas a afirmarem que a
travesti se sente, necessariamente, atraída por homens. Na realidade, a
travesti pode se sentir atraída (orientação do desejo) tanto por homens, quanto
por mulheres e por outras travestis. Ser travesti não determina a orientação do
desejo da pessoa.
É importante destacar que as pessoas travestis, como conhecemos
no Brasil principalmente, não são encontradas em todas as partes do mundo. Em
outros países, as pessoas que, para nós brasileiros, seriam travestis, recebem
outros nomes. Existem casos de países onde se reconhecem nas travestis
características divinas, sendo com sideradas deusas ou, ainda, portadores
de boa sorte e bênçãos.
Existem também, além do (a) travesti, as pessoas transexuais que
são indivíduos que não reconhecem como seu, o corpo biológico que tem, ou seja,
são pessoas que se reconhecem de um determinado sexo, mas o seu corpo é,
biologicamente, do sexo oposto. São pessoas que, geralmente, buscam adequar
cirurgicamente seus corpos, para aproximar-se do sexo que se reconhecem. Para a
ciência, especialmente a medicina, são consideradas pessoas com transtorno de
identidade de gênero e, portando, carecem de tratamentos para adequar as
características anatômicas ao sexo com o qual a pessoa se identifica por meio
de tratamentos hormonais, terapias psicológicas e intervenções cirúrgicas.
Desde os anos 1990, com o crescimento dos movimentos sociais que
lutam pelo reconhecimento dos direitos humanos de lésbicas, gays, travestis,
transexuais e bissexuais, tem sido usado em algumas siglas, o termo
TRANSGÊNERO, para reunir as necessidades e exigências de travestis e
transexuais, conjuntamente. O termo é controverso e, por vezes, inadequado pois
trata da mesma forma demandas que são, geralmente, diferentes. Além disso, o
termo “transgênero” também é utilizado para designar outras manifestações de
identidade de gênero como, por exemplo, as/os transformistas (chamados, em
outros como croos-dresser) ou drag-queens, pessoas que se utilizam de elementos
de um determinado gênero (masculino ou feminino), para realizar uma
apresentação artística ou mesmo satisfazer a um desejo pessoal (fetiche) de
sentir-se de outro gênero, por alguns instantes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário