De que família estamos falando?
Quando se fala em fracasso escolar dos alunos, associando-o às suas famílias, “desestruturadas”, “desajustadas”, muitas vezes está-se eximindo a escola da responsabilidade de construir e incluir no seu cotidiano práticas pedagógicas que considerem seus alunos, suas famílias e suas comunidades.
É importante compreender que as famílias-padrão convivem com as outras famílias, de diversas origens: indígena, africana, européia; matrilineares, patrilineares etc. É preciso levar em conta as diferenças étnico-culturais que contribuíram historicamente para a construção das famílias atuais.
A família faz parte da história da humanidade: como existiu e como existe, como foram e como são hoje, as variadas formas de ser família e como elas se modificam, evoluem, conforme mudam as relações entre os indivíduos de uma sociedade.
As relações entre homem e mulher, pais e filhos, entre os mais velhos e os jovens, dentro das famílias vão se modificando com o tempo e com o contexto sociocultural do meio. Assim é que nas grandes cidades a família nuclear ou de pais solteiros e seus filhos predomina; enquanto nas áreas rurais, onde a agricultura precisa de mão-de-obra, ainda encontram-se famílias agrupadas de pais, filhos e netos.
Um aspecto importante da evolução das famílias é a posição das crianças e das mulheres. Em algumas sociedades, as crianças são tidas como propriedades exclusivas de seus pais, que podem vendê-las, escravizá-las, tendo direito de vida e morte sobre elas. Isto acontece desde a história de Abraão da Bíblia que, obedecendo ordens de Deus, oferece- lhe seu filho Isaac em sacrifício, até a China atual, onde, com regras rígidas de controle de natalidade as famílias são induzidas a ter só um filho e é prática comum, principalmente nas regiões mais distantes dos centros urbanos, o aborto e até o infanticídio de meninas. Em muitos outros países há casos de venda de crianças, principalmente meninas.
As mulheres, ainda hoje, em diversos países, vivem sob muitas restrições de liberdade: proibidas de estudar, de trabalhar fora de casa ou de freqüentar lugares públicos. E mais: há países onde o marido e sua família podem punir o adultério da mulher com a própria morte da adúltera.
O Brasil não está tão distante deste quadro, pois nossas avós se lembram de muitas histórias de famílias, onde os pais obrigavam as filhas a casar com quem eles queriam, usando muitas vezes de extrema violência. Também não se admitia que o casamento fosse desfeito e o divórcio só foi aceito no Brasil na segunda metade do século XX.
A situação das mulheres remete, também, à distribuição dos papéis sexuais, masculinos ou femininos. As tarefas, as responsabilidades, os poderes, são determinados pelo sexo dos filhos. Os filhos homens são preparados para herdar os negócios do pai, para sustentar suas famílias, enquanto as mulheres, são destinadas a casar, cuidar da casa e das crianças e ser mantidas pelos seus maridos. Esses papéis estão sendo modificados. É cada vez mais freqüente encontrar mulheres sustentando a casa e a família e vivendo, em conseqüência, muitos conflitos com os homens que foram educados para serem chefes, responsáveis pelo sustento da família. Os homens, por sua vez, estão cada vez mais assumindo responsabilidades domésticas e familiares.
O mundo passa por transformações contínuas. Junto com ele mudam nossas vidas e, conseqüentemente, mudam as famílias.
TROCANDO IDÉIAS
· Forme grupos e debate as questões abaixo:
1. Para você, o que é família?
2. Quais são os objetivos de uma família?
3. Qual é a importância da família?
4. Qual é a personagem central da sua família? Por que?
5. Qual é o papel que você exerce na sua família?
· Escreva a palavra F A M I L I A em forma de acróstico no quadro e peça para cada um representante do grupo escrever uma palavra com uma das letras que forma a palavra familia, a palavra tem que ser referente a alguma coisa em familia, depois dizer o significado da palavra para os demais.
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