Manuel Deodoro da Fonseca (Nascido na Cidade de Alagoas, 5 de agosto de 1827 — faleceu
no Rio de Janeiro, 23 de agosto de 1892)
foi um militar e político brasileiro, proclamador
da República e
primeiro presidente do
Brasil.
O Governo Deodoro foi marcado pelo esforço da
implantação de um regime de Estado Republicano, mas foi caracterizado,
entretanto, por grande instabilidade política e também econômica, devido às
tentativas de centralização do poder, da movimentação de opositores da queda do
Império, e por parte de outros setores das Forças Armadas descontentes com a
situação política republicana. A crise teve seu ápice no fechamento do "Congresso
Nacional do Brasil", o que mais tarde acabou levando à renúncia
de Deodoro da Fonseca.
Família
Filho de Manuel Mendes da Fonseca (1785 - 1859)
e Rosa Maria Paulina da Fonseca (1802 - 1873). Seu pai também foi militar,
chegando à patente de tenente-coronel, e pertencia ao Partido
Conservador. Deodoro tinha duas irmãs e sete irmãos, três dos quais
morreram na Guerra do Paraguai:
Afonso Aurélio da Fonseca (o mais jovem), alferes do 34º batalhão dos Voluntários da
Pátria, o capitão Hipólito Mendes da Fonseca, morto na batalha de Curupaiti,
e o major Eduardo Emiliano da Fonseca, morto no combate da ponte de Itororó.
Seu irmão mais velho, Hermes Ernesto
da Fonseca, pai do também presidente da República e marechal Hermes da Fonseca, chegou ao posto de marechal-de-exército.
Deodoro foi também presidente da
província de Mato Grosso, por indicação do imperador Dom Pedro II. Foi governador da Bahia e comandante-de-armas das províncias
da Bahia e do Pará.
Dois outros de seus irmãos se destacaram na
carreira militar e política: Severiano
Martins da Fonseca, que chegou ao posto de marechal-de-campo,
recebeu o título
nobiliárquico de barão de Alagoas e foi diretor da Escola
Militar de Porto Alegre; e Pedro Paulino da Fonseca, que foi coronel honorário
do exército brasileiro,
governador de Alagoas, logo quando proclamaram a
república, e também senador pelo mesmo estado. Além disso, seu
irmão, Pedro Paulino da Fonseca, foi o pai de Orsina da Fonseca, esposa do filho de um
outro irmão seu, também seu sobrinho, o presidente da República marechal Hermes da Fonseca, compondo, portanto, um casamento entre
primos.
Deodoro passou por muitos problemas no seu mandato
presidencial, o primeiro da história do Brasil,
dedicando-se a implantar um regime republicano sólido. Seu governo enfrentou
severa instabilidade política e econômica no
país.
Juventude
Em 1843,
aos dezesseis anos, Deodoro matriculou-se no Colégio
Militar do Rio de Janeiro, terminando em 1847 o curso de artilharia. Em 1845,
já era cadete de primeira classe. Em 1848,
participou de sua primeira ação militar, ajudando na repressão da Revolta Praieira, insurreição promovida
pelos liberais de Pernambuco.
Casou-se aos 33 anos, no dia 16 de abril de 1860,
com Mariana Cecília de Sousa Meireles, considerada pelos biógrafos mulher
educada, religiosa, modesta e prendada. O casal não teve filhos. Boatos da
época diziam que Deodoro era estéril. Seu
sobrinho, Hermes da Fonseca, que também chegou à presidência
da república, era tratado por Deodoro como um filho e curiosamente, Hermes
casou-se pela segunda vez com uma moça de família nobre,
a famosa artista Nair de Tefé von Hoonholtz.
Carreira militar
Em 1852,
foi promovido a primeiro-tenente. Em 24 de dezembro de 1856,
recebeu a patente de Capitão. Em dezembro de 1864,
participou do cerco à Montevidéu, durante
a intervenção militar brasileira contra o governo de Atanasio Aguirre no Uruguai. Pouco depois, o Uruguai, sob novo
governo, mais o Brasil e a Argentina formariam
a Tríplice Aliança,
contra a ofensiva do ditador paraguaio Francisco Solano
López.
Em junho de 1865,
foi em rumo com o Exército brasileiro para o Paraguai, que havia invadido a província de Mato Grosso. Deodoro comandava o segundo
Batalhão de Voluntários da Pátria. Seu desempenho no combate lhe garantiu
menção especial na ordem do dia 25 de agosto de 1865.
No ano seguinte, recebeu comenda no grau de cavaleiro da Imperial
Ordem do Cruzeiro e,
em 22 de agosto, a patente de major.
Em 18 de janeiro de 1868 foi promovido a tenente-coronel, por
atos de bravura. Também por atos de bravura, recebeu a patente de Coronel, em 11 de dezembro do mesmo ano. Pelo decreto de 14 de outubro de 1874,
Deodoro foi promovido a brigadeiro, patente equivalente ao atual
general-de-brigada. Em 1885,
tornou-se pela segunda vez comandante d'armas da província do Rio Grande do Sul, cargo exercido
juntamente com o de vice-presidente da província. Tornar-se-ia, depois,
presidente interino dessa mesma província. Em 30 de agosto de 1887,
recebia a patente de marechal-de-campo.
Pelo seu envolvimento na "Questão Militar" – confronto das
classes armadas com o governo civil do Império – Deodoro foi chamado de volta
ao Rio de Janeiro. Na verdade, o Marechal Deodoro havia permitido que a
oficialidade da guarnição de Porto Alegre se manifestasse politicamente, o que
era proibido pelo governo imperial. Chegando ao Rio, Deodoro foi festivamente
recebido por seus colegas e pelos alunos da Escola Militar. Foi, então, eleito primeiro
presidente do Clube Militar, entidade que ajudara a
constituir.
Em 1888 Deodoro foi nomeado para o comando militar
do Mato Grosso. Permaneceu no posto somente
até meados de 1889,
quando voltou para o Rio de Janeiro.
Manuel Deodoro da Fonseca faleceu no Rio de Janeiro,
em agosto de 1892.
Pediu para ser enterrado em trajes civis, no que não foi atendido. Seu enterro
teve toda a pompa e honras militares. O marechal que proclamou a república no
Brasil, cujo fato histórico é hoje feriado nacional, era acometido de uma forte
crise de dispneia, popularmente
conhecida como "dificuldade de respiração" ou "falta de
ar", o que impedia o primeiro presidente do Brasil de dormir.
Foi enterrado num jazigo familiar no Cemitério do Caju,
mas teve seus restos exumados e transferidos para um monumento na Praça Paris,
no Rio de Janeiro, em 1937.
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