Cultura e Diversidade
O Brasil é um país cuja principal
marca cultural é a mistura. Desde o começo de sua história, o país foi marcado
pela presença de diferentes povos e culturas, fazendo com que sua formação
tivesse grande diversidade e mistura. Aqui viviam povos indígenas, em tribos,
com uma cultura guerreira, muito ligada à natureza; em 1500 chegaram os
colonizadores portugueses, que trouxeram para cá a cultura europeia, com uma
forte influência moura. O uso do negro africano como escravo na colônia, trouxe
ainda novas crenças, falas e costumes, que as poucos foram se misturando e
integrando a cultura local.
A Língua
Apesar de aqui se falar o Português,
Brasil e Portugal possuem algumas diferenças entre suas línguas. O português
brasileiro traz a essência de Portugal, mas incorporou termos da fala das
tribos indígenas e dos povos africanos.
No início do período colonial, o
número de índios era muito maior que o de portugueses, por isso, a língua
Tupinambá, indígena, era a mais usada e dela derivou a língua geral, que era
aqui usado até o início do século XVII. Quando os portugueses começaram
efetivamente a ocupar o território brasileiro, o português passou a ser língua
mais usada, mas já incorporando algumas palavras indígenas. Com o início do
tráfico negreiro, detalhes das línguas africanas começaram a se misturar ao
português.
Hoje em dia, o português brasileiro é
muito diferente do de Portugal e possui diversas alterações regionais, como o
caipira (das regiões interioranas), o carioca (do Rio de Janeiro), o mineiro
(de Minas Gerais), o gaúcho (do Rio Grande do Sul) e outros.
Entre as palavras herdadas do tupi,
destacam-se os nomes de pessoas, como Araci, Iara, nome de estados e formações
naturais, como Ceará e Ipanaema, algumas doenças como catapora, e substantivos
ligados à natureza, como mandioca e urupema.
Religião
O Brasil é marcado por uma grande
diversidade de religiões, assim como pela liberdade de escolha e pela
tolerância. A maior parte da população, 60%, é católica, uma das maiores
heranças de Portugal. Mas muitas outras religiões se manifestam por aqui. Mais
recentemente, começou a se manifestar no país o espiritismo, e hoje o Brasil
concentra o maior número de espíritas do Mundo. O protestantismo também possui
muito espaço aqui, sendo a segunda religião em adeptos; caracteriza-se pela
livre interpretação da bíblia e pela grande variedade de denominações e grupos.
Também estão muito presentes as
religiões afro-brasileiras, formadas por religiões trazidas da África pelos
escravos e também pelo sincretismo de religiões. O candomblé é um exemplo, com
cultos, cantos e danças sobreviventes da África Ocidental. Há também a Umbanda,
um misto de candomblé, com catolicismo e espiritismo.
Existem ainda manifestações de muitas
outras religiões, vindas dos mais diversos lugares do mundo, como o islamismo,
o judaísmo, o neopaganismo ou o mormonismo.
Arte
Durante os primeiros séculos de
colônia, a arte no Brasil estava intimamente ligada à portuguesa, com os
movimentos artísticos europeus, como o renascimento, maneirismo, barroco,
rococó e neoclassicismo.
Mas mesmo neste período uns toques
típicos da cultura que aqui se formavam já se manifestavam, um exemplo são as
esculturas de Aleijadinho nas igrejas de Minas Gerais ou os anjos negros nas
pinturas de Manuel da Costa Ataíde.
No início do século XIX, as artes
começam a ser ensinadas academicamente, e cada vez mais características
nacionais, e nacionalistas, foram incorporadas, tendo como principal
manifestação o romantismo, que exaltava as terras e o povo brasileiro.
Até o século XX, as artes brasileiras
acompanharam as correntes europeias, colocando um pouco do Brasil nelas,
passando assim pelo realismo, naturalismo, simbolismo e parnasianismo, e
criando grandes nomes na literatura, na pintura, na música, na escultura.
No século XX a arte no país
renovou-se completamente, com o movimento Modernista, que quis criar uma arte
genuinamente brasileira, buscando sua fonte na cultura popular. Esse movimento
foi marcado pela Semana de Arte Moderna de 1922, quando seus principais
trabalhos foram exibidos. Os artistas desta fase, como Villa Lobos, Tarsila do
Amaral, Anita Malfatti e Di Cavalcante, são ainda grandes nomes da cultura
brasileira.
É claro que não se pode esquecer-se
da cultura popular do país e de toda a arte que produz, seja na literatura, com
histórias e contos folclóricos de origem indígenas; seja nas artes plásticas,
com trabalhos em cerâmica; ou seja na música e na dança, onde deixa seus
principais traços, criando ritmos e festivais únicos, como a bossa nova, o
samba e o carnaval.
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