República é o sistema de governo em que um ou
vários indivíduos eleitos pelo povo exercem o poder supremo por tempo
determinado.
Nesta data, no ano de 1889, o marechal Deodoro da
Fonseca entrou no Quartel-General do Exército (hoje Palácio Duque de Caxias,
sede do Comando Militar do Leste, no Rio de Janeiro), montado num cavalo e
terminou com o último Gabinete da Monarquia, que se encontrava em reunião
naquele local.
Na verdade, o sistema monárquico de governo já não
tinha o apoio de antes da Igreja, nem dos militares, nem das lideranças civis e
dos antigos senhores de escravos. Essa insatisfação generalizada enfraqueceu a
monarquia e o gesto do marechal Deodoro foi o marco decisivo para abolir aquele
sistema e implantar a República. O fato é que muitos só esperavam que isso
acontecesse após a morte do imperador D. Pedro II, admirado e respeitado por
todos.
O marechal Deodoro, ao chefiar o movimento pacífico
do qual se tratou a Proclamação da República no Brasil (não houve derramamento
de sangue), marcou o início de uma nova era no país, a partir do ano de 1889. O
começo da era republicana, que se firmou de fato com o marechal Floriano Peixoto,
sucessor de Deodoro.
Ninguém pode afirmar com certeza que o Marechal
Deodoro quisesse de fato proclamar a República. Ele era amigo de D. Pedro II e
tinha boas relações com a família imperial.
Entretanto, sua ação já havia avançado de uma tal
maneira que não seria possível voltar atrás. Muitos militares saudavam a
República das janelas dos quartéis, aguardando a conclusão do movimento.
À frente do Gabinete da Monarquia se encontrava o
Visconde de Ouro Preto, de quem Deodoro guardava alguns ressentimentos:
primeiro, por ter nomeado seu grande inimigo, Gaspar Silveira Martins, para a
presidência do Rio Grande do Sul; e, segundo, por ter oferecido a presidência
da província de Mato Grosso a Cunha de Matos, com o qual não se entendia.
Nessa mágoa de Deodoro é que os republicanos
convictos se agarraram, vencendo a indecisão afetiva do Marechal e o aliciando
definitivamente para a conspiração e o derradeiro golpe. Militares como
Benjamin Constant e Sólon Sampaio Ribeiro, sabendo tanto do seu
descontentamento com o Visconde de Ouro Preto quanto do seu prestígio entre os
soldados, souberam estrategicamente convencer Deodoro a favor da causa
republicana.
Elaborada e promulgada rapidamente, a nova
Constituição do país determinava que o primeiro presidente da República e o seu
vice fossem eleitos pelo Congresso Nacional. Ganharam a eleição o Marechal
Deodoro para a presidência e o Marechal Floriano Peixoto para a
vice-presidência. Ambos de chapas diferentes, iniciando, dessa forma, uma
prática que viria a se tornar comum: a de o presidente e o vice serem de
partidos opostos.
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