domingo, 15 de abril de 2012

O DIA DO ÍNDIO


19 DE ABRIL


                A data foi instituída em 1940, no México, quando se realizou o I Congresso Indigenista Interamericano, que tratou das condições de vida dos índios. Representantes de diversos países da América participaram do congresso. Os índios também foram chamados. Como já estavam habituados a perseguições e outros tipos de desrespeito, a princípio preferiram manter-se afastados e não aceitaram o convite. Dias depois, após refletirem sobre a importância da reunião na luta pela garantia de seus direitos, muitos índios decidiram comparecer. Então, a data de 19 de abril, por sua importância histórica, passou a ser o Dia do Índio em todo o continente americano.
            No Brasil, o ex-presidente Getúlio Vargas assinou o decreto nº 5.540, em 1943, determinando que o Brasil, a exemplo dos outros países da América, também homenageasse os índios em 19 de abril.

Direitos dos povos indígenas:

conquistas e desafios


            O Brasil é uma nação constituída por uma diversidade de Povos com histórias, saberes, tradições, culturas e línguas próprias. Fazem parte dessa realidade os povos indígenas que somam, segundo o ultimo levantamento do Instituto Brasileiro Geográfico e Estatístico (IBGE) , de 2000 aproximadamente 701.462 mil pessoas. São mais de 230 povos falando cerca de 180 línguas indígenas diferentes.

            Os povos indígenas, desde a época da colonização e até muito recente, foram considerados como obstáculos para o desenvolvimento do país. Até hoje suas terras continuam sendo invadidas, sofrem de doenças como malária, hepatite, e as suas crianças morrem de fome e desnutrição. Com a educação também não é diferente. As escolas para os índios não respeitam os seus sistemas próprios de aprendizagem e suas formas de transmissão de conhecimentos necessários à sobrevivência dos povos indígenas.


            Os índios foram os primeiros povos originários desta terra. Mesmo tendo uma cultura e línguas diferenciadas da sociedade nacional, fazem parte dela e gozam dos mesmos direitos que ela. Entretanto, devido ao fato de serem diferentes, a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, ordenou um capítulo específico para os índios. Pela primeira vez, o governo brasileiro reconhece no artigo 231 da Constituição, sua organização social, costumes, línguas, crenças e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, protegê-las e fazer respeitar todos os seus bens.

            No Congresso Nacional tramita um Projeto de Lei nº 6.001/73 denominado “Estatuto dos Povos Indígenas” que visa garantir a proteção e defesa dos direitos indígenas. Entretanto, as lideranças e organizações indígenas consideram que esse Projeto precisa ser revisto necessitando de algumas alterações importantes como, por exemplo, a proteção dos conhecimentos tradicionais, do direito à posse coletiva das terras, a adequação dos sistemas de educação, saúde e a sua cultura, entre outras demandas. Até hoje essa Lei não foi modificada e aprovada, causando assim grandes prejuízos para os povos indígenas.

            Estarão em Brasília, no final do mês de abril, mais de 700 lideranças indígenas de todo o Brasil para discutir os seus problemas e apresentar às autoridades suas reivindicações para as políticas que o Governo deve adotar em relação aos povos indígenas.

            Diante disso, é fundamental que as crianças e os jovens da nossa sociedade conheçam a realidade e a história desses povos.

            Reconheçam e assimilem seus valores de solidariedade e partilha; que participem de suas ações por justiça e pelo direito de viverem e de serem diferentes enquanto povos, respeitando seus territórios, valores, tradições e suas riquezas naturais.

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