O descobrimento do Brasil, aconteceu no dia 22 de
abril de 1500, pelos europeus deu-se no contexto da expansão
marítima que ocorreu em fins do século XV. A suspeita da existência de
terras a ocidente era bastante forte, sobretudo, após a primeira viagem de
Cristóvão Colombo (1492), o que explica a insistência do rei de Portugal dom
João II durante as negociações do Tratado de Tordesilhas (1494) para estender
até 370 léguas a oeste de Cabo Verde as possíveis terras portuguesas.
De acordo com alguns
historiadores, o Brasil já estava nos planos das conquistas portuguesas desde
que Duarte Pacheco Pereira, pessoa de extrema confiança do então
rei D. Manuel, esteve em terras brasileiras. Duarte desembarcou entre o Maranhão e o Pará. Mas, quando voltou a Portugal, o
rei manteve a missão em segredo para que a Espanha não enviasse expedições
nesta área. Começava a ser arquitetado um novo plano de chegada às Índias.
O polêmico desvio de rota
Por muito
tempo, o descobrimento do Brasil, ou "achamento", como registra o
escrivão Pero Vaz de Caminha, é considerado simples acaso, resultado de um
desvio de rota. A partir de 1940 vários historiadores brasileiros e portugueses
passam a defender a tese da intencionalidade da descoberta, hoje amplamente
aceita.
Descoberta intencional
Os
historiadores argumentam que, no final do século XV, Portugal já sabe da
existência de uma grande área de terra firme a oeste do Atlântico. Pode ter
sido avistada por seus pilotos que navegaram para regiões ao sul do golfo da
Guiné. Até o golfo, as correntes marinhas são descendentes e é possível fazer
uma navegação costeira. Do golfo da Guiné para baixo, as correntes se invertem.
Para atingir o sul da África é preciso afastar-se da costa para evitar os
ventos e correntes que ali têm ascendente (corrente de Benguela), navegar para
o ocidente até pegar a "volta do mar", hoje chamada corrente do
Brasil : ventos e correntes descendentes que passam pelo nordeste brasileiro e
levam ao sul do continente africano. O primeiro a fazer isso é Diogo Cão, em
1482, seguido depois por Bartolomeu Dias e Vasco da Gama ao contornarem o cabo
da Boa Esperança.
Os nomes da nova terra
Considerada a
princípio uma ilha, a nova terra recebe o nome de Vera Cruz. Desfeito o engano,
é chamada de Terra de Santa Cruz. Em mapas da época e relatos de viagem aparece
como Terra dos Papagaios, aves que os europeus consideram exótica, e de Terra
dos Brasis, devido à abundância da árvore pau-brasil (Caesalpinia echinata).
O nativo brasileiro
São poucos os
estudos sobre a presença humana no Brasil antes da chegada de Cabral. Nos
sítios arqueológicos de Paranapanema (SP) e Lagoa Santa (MG), os indícios de
presença humana datam de 12 mil anos. Recentemente, pesquisas arqueológicas em
São Raimundo Nonato, no interior do Piauí, registram indícios de até 48 mil anos
– restos de fogueiras e artefatos de pedra. Essas descobertas, no entanto,
ainda são polêmicas e não se constituem em prova definitiva.
Grandes grupos indígenas
A primeira
classificação dos nativos brasileiros só é feita em 1884 pelo viajante alemão Karl
von Steinen. Ele registra a presença de quatro grupos ou nações indígenas:
tupi-guarani, a maioria, jê ou tapuia, nuaruaque ou naipure e caraíba ou
cariba. São sociedades tribais baseadas no patriarcalismo e numa divisão sexual
e etária do trabalho. Vivem principalmente da caça, da pesca, da coleta de
frutos e raízes. Alguns grupos já praticam uma agricultura de subsistência.
Plantam tabaco, milho, batata-doce, mandioca, abóbora e ervilha e usam a
queimada para limpar o solo. Com os portugueses, começam a cultivar também o
arroz, o algodão e a cana-de-açúcar.
Polêmica
Existem outros navegadores que
teriam chegado ao Brasil em datas anteriores a Pedro Álvares Cabral, entre eles Vicente
Yáñez Pinzón,Diego de Lepe, João Coelho da Porta da Cruz
e Duarte
Pacheco Pereira.
Este últimos teriam estado na costa do Brasil, respectivamente em 1493 e 1498.
No ano 2000, comemorou-se o
aniversário de 500 anos do Descobrimento do Brasil, o que provocou polêmica em
redor da data. Para muitos, a comemoração implicaria que a história do Brasil completou o quinto
centenário no ano 2000, uma perspectiva vista comoeurocêntrica, desconsiderando os povos
nativos.
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