Todos os presentes guardam silêncio absoluto, olhos fixos em você, sofrendo por
antecipação. A tensão no ar é tanta que poderia ser cortada com uma faca. Você
quase pode ouvir as dezenas de corações batendo descompassadamente. Uns poucos
tentam parecer alheios a tudo, refugiando-se em anotações, livros e cadernos,
mas no fundo, não conseguem absorver nada do que está escrito ali.
Teste. Bimestral. Dissertação. Redação. Avaliação. Ah, são tantos
nomes, mas não importa. A apreensão que eles trazem a seus alunos é sempre a
mesma. Cria-se um ambiente em que tudo pode
acontecer. Desde um aluno, escoladíssimo, conseguir colar com a maior
cara-de-pau, sem despertar nenhuma suspeita, até uma discípula resolver a prova
rapidamente, achar que "não é possível, devo ter respondido algo
errado", e substituir todas as respostas certas por erradas.
E são dezenas de cabeças concentradas sobre papéis, numa luta
contra dez questões impiedosas. Ali, joga-se o futuro. Sim, porque quando se
tem poucos anos de vida, o futuro pode ser resumido numa viagem ao Beto
Carreiro "se você passar direto". E, ao se colocar a folha na mesa do
professor, a angústia não acaba. É hora da correção do corredor. O que você
respondeu na 5? A 9 era verdadeira ou falsa? Crescem as dúvidas, num suspense
que só acaba bem ou mal quando o professor dá a nota.
Se para o aluno a situação é difícil, para o professor é muito mais. É você que
deve procurar a melhor maneira de avaliar os alunos, sem cometer injustiças. O
teste, portanto, deve ser montado de maneira que verifique realmente, o que ele
aprendeu da matéria, e não somente o que ele decorou. Deve-se levar em conta
que os alunos possuem diferentes tipos de inteligência, e que nenhum pode ser
prejudicado por um tipo de avaliação que privilegie apenas um tipo de
pensamento.
Além de se preocupar com tudo isso, o professor também deve montar uma prova
clara, sem questões que levem a interpretações subjetivas a não ser que queira
se desgastar com reclamações e revisões.
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