terça-feira, 2 de abril de 2013

Avaliar para quê?


A avaliação serve para corrigir rumos. Nesse sentido, não é o aluno que está sendo avaliado, é o processo ensino/aprendizagem. Poderíamos distinguir alguns tipos de avaliação: diagnóstica corretiva, globalizante, de pré-requisitos e autoavaliação.

• A avaliação diagnóstica é aquela que se faz para descobrir como está a situação: o que já foi ensinado, o que o aluno traz como conhecimento anterior, os problemas que foram identificados anteriormente, o nível de maturidade das pessoas com quem vamos lidar. Isso pode ser feito por meio de entrevistas, consultas ao material do ano anterior, conversa com os alunos, teste escrito. Se pedirmos informação ao professor do ano anterior, convém evitar que a informação colhida sirva para rotular o aluno ou criar preconceitos contra certas turmas. É bom lembrar que qualquer um pode se enganar numa avaliação e que, no ano seguinte, o aluno já é diferente.

• A avaliação corretiva é feita o tempo todo. Serve como diz o nome, para corrigir, mas não se trata de corrigir só o aluno. Corrige-se principalmente a maneira de ensinar. Se algo não está sendo aprendido como se esperava, é bom tentar outros caminhos o professor percebe se está tudo bem através da atitude dos alunos, das perguntas e respostas dadas na sala. Pode haver momentos de avaliação mais estruturada, com testes, provas, questionários e outros tipos de trabalho, mas o objetivo continua o mesmo: corrigir os rumos do processo de educar para obter melhor resultado.

• A avaliação globalizante consiste em avaliar ao fim de um período, de um ano ou de um curso, para saber o que ficou de mais importante, o que os alunos gostaram mais, o que deve ser repetido, o que é bom evitar. Um debate com os alunos pode ser realizado com essa finalidade. Para o professor, isso ajuda a planejar o período seguinte; para o aluno, faz perceber o progresso obtido e dá uma visão de conjunto do que foi aprendido.

• A avaliação de pré-requisitos para a etapa seguinte se baseia no fato de que, se um novo conhecimento depende de habilidades ou noções anteriores, temos de verificar se o terreno está bem preparado. Pesquisas e trabalhos em grupo, por exemplo, exigem uma longa preparação anterior para que os alunos saibam como proceder: os passos necessários, o roteiro, a bibliografia, a maneira de apresentar o trabalho, fazer citações extrair a ideia central de um texto, indicar fontes, incluir figuras, etc. 

É impressionante como alguns professores costumam dizer simplesmente: “Pesquise”, sem ensinar de fato como se faz isso. O mesmo acontece com os trabalhos em grupo: o que deveria ser socialização e partilha muitas vezes se converte em preguiça e exploração, simplesmente porque ninguém desenvolveu as etapas anteriores que ajudam a criança a perceber qual é a dinâmica de um trabalho em grupo.


• Quanto à autoavaliação, a própria criança deveria ser a maior interessada em seu progresso. Ela é que deveria ser capaz de se alegrar com o que já consegue fazer e pedir ajuda ao professor quando encontra dificuldades. Essas atitudes são conquistadas sem problemas se o clima for de confiança mútua e se o processo de avaliação não for sentido como julgamento ou ameaça. Não se faz autoavaliação para “tirar a média” entre a “nota” que a criança dá a si mesma e a que recebe do professor. É outro espírito: aluno e professor, aliados na busca de um trabalho melhor, examinam suas falhas e acertos para buscar novos caminhos. 

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