É uma concepção de educação dos trabalhadores
e trabalhadoras do campo e se tornou uma referência à prática educativa,
formulada como resultado das lutas desses trabalhadores organizados em
movimentos sociais populares.
É
uma concepção de educação que “nasceu como crítica à realidade da educação
brasileira, particularmente à situação educacional do povo brasileiro que
trabalha e vive no e do campo. Esta crítica nunca foi à educação em si, mesmo
porque seu objeto é a realidade dos trabalhadores do campo, o que
necessariamente a remete ao trabalho e ao embate entre projetos de campo que
têm consequências sobre a realidade educacional e o projeto de país” (CALDART,
2008a, p.4).
A Educação do Campo nasceu tomando posição no confronto de projetos
de educação contra uma visão instrumentalizadora da educação, colocada a
serviço das demandas de um determinado modelo de desenvolvimento do campo (que
sempre dominou a chamada “educação rural”), a favor da afirmação da educação
como formação humana, unilateral, que também pode ser chamada de integral,
porque abarca todas as dimensões do ser humano. Também a Educação do Campo
afirma uma educação emancipatória, vinculada a um projeto histórico, de longo
prazo, de superação do modo de produção capitalista. Projeto histórico deve ser
compreendido como o esforço para transformar, isto é, construir uma nova forma
de organização das relações sociais, econômicas, políticas e culturais para a
sociedade, que se contraponha à forma atual de organização e de relações, que é
a capitalista.
Portanto, se falamos hoje em Educação do
Campo, em leis específicas para as escolas do campo, é porque essas coisas
foram construídas por meio de muito esforço dos trabalhadores. Sem dúvida,
ainda não temos a escola e a educação que queremos, mas muitos passos estão
sendo dados.
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