Em História,
os dados cronológicos, os fatos e as datas têm significado a partir da compreensão
global de cada conjuntura histórica ou de um complexo
histórico-geográfico que se quer estudar.
A sequencia temporal é um referencial importante para a localização mental das
situações que serão vivenciadas pelos alunos, sobretudo quando se trata de
adolescentes. E é pela progressiva demarcação de períodos temporais, dos mais
curtos para os mais longos, que se estrutura a noção de tempo e o conceito do
devir histórico. Interessa compreender fatos relevantes historiográficos, mas
considera-se muito retrógrado pedir aos alunos memorizar datas e fatos
não relevantes.
Os alunos, usando a técnica de compreender, do “saber investigar” e
tirar conclusões após um trabalho histórico de organização e consolidação das
aquisições, a passagem pela memorização e compreensão natural dos fatos, terá
um entendimento mais claro sobre o conteúdo proposto.
As aulas somente expositivas de alguns docentes, o conservadorismo e o
imobilismo pedagógico não levam aos resultados esperados do “saber”.
A participação ativa resulta numa aprendizagem de interesse para o aluno
e é suscetível de provocar o envolvimento pessoal. Faz-se necessário que
teoria, práticas e perspectivas em História, tornem a disciplina abrangente e
contribuam para o crescimento intelectual do aluno.
As situações concretas – “événements” , na terminologia de Fernad
Braudel – mostram-nos o papel dialético de certas figuras relativamente ao
seu contexto histórico, mas que têm sido relegadas a um plano menor, em favor
das grandes interpretações estruturais e da compreensão da rede interdinâmica
dos processos evolutivos, em qualquer nível de ensino que se trabalhe.
Estará
ainda presente, para alguns docentes; o mito dos heróis ideologicamente
exemplares que nos bloqueia e persegue, impedindo-nos de ver a importância que
determinados fatos têm para o aluno adolescente?
Parece-nos bastante arriscado afirmar qualquer coisa a respeito das ações do
herói. É preciso ter cuidado, principalmente, quando se trata de herói
nacional.
Certamente, faz-se necessário um repensar histórico, quer pela via de
identificação ou rejeição do personagem em questão.
Educamos para mudanças, mudanças essas baseadas em pesquisas, onde se discute a
possibilidade de transmitir aos educandos uma crítica bem fundamentada e um
comprometimento com a busca de uma educação qualificada para o futuro dos
nossos jovens. Um outro importante fator de adesão é a compreensão do mito
histórico. Caberá ao adolescente julgá-lo, sem maiores envolvimentos
ideológicos.
Estas concepções mítico-historiográficos, examinadas e, em muitos aspectos
revistas, criticadas e, consequentemente, atenuadas, constituem um universo de
valores pedagógicos a que o professor de História sente o dever de assimilar,
questionar, analisar o grau de complexidade, a diversidade e as situações que
terá que enfrentar, diante do processo de aprendizagem dos adolescentes.
A suscitação de uma compreensão mais livre, procurando abrir um campo para a
reflexão pedagógica, cientificamente fundamentada, aberta e crítica,
possibilitará uma análise mais ampla sobre qualquer dos assuntos abordados.
Olá Manoel!
ResponderExcluirEncontrei seu blog por acaso e achei que talvez se interessasse em conhecer um projeto que estou desenvolvendo em meu blog. Chama-se "História ao contrário". Minha intenção é aumentar o conhecimento da história daqueles que foram esquecidos, principalmente das mulheres. Noto que muitas meninas não seguem determinados caminhos, por não terem exemplos e nem aprenderem sobre eles. Deixo o link do meu blog "Pensando ao contrário" e parabéns pela sua iniciativa! Camila
http://pensandoaocontrario.blogspot.com.br/