quinta-feira, 4 de outubro de 2012

HISTÓRIA – O QUE É IMPORTANTE ENSINAR?


Em História, os dados cronológicos, os fatos e as datas têm significado a partir da compreensão global de cada conjuntura histórica ou de um complexo histórico-geográfico que se quer estudar.

A sequencia temporal é um referencial importante para a localização mental das situações que serão vivenciadas pelos alunos, sobretudo quando se trata de adolescentes. E é pela progressiva demarcação de períodos temporais, dos mais curtos para os mais longos, que se estrutura a noção de tempo e o conceito do devir histórico. Interessa compreender fatos relevantes historiográficos, mas considera-se muito retrógrado pedir aos alunos memorizar datas e fatos não relevantes. 

Os alunos, usando a técnica de compreender, do “saber investigar” e tirar conclusões após um trabalho histórico de organização e consolidação das aquisições, a passagem pela memorização e compreensão natural dos fatos, terá um entendimento mais claro sobre o conteúdo proposto. 

As aulas somente expositivas de alguns docentes, o conservadorismo e o imobilismo pedagógico não levam aos resultados esperados do “saber”.

A participação ativa resulta numa aprendizagem de interesse para o aluno e é suscetível de provocar o envolvimento pessoal. Faz-se necessário que teoria, práticas e perspectivas em História, tornem a disciplina abrangente e contribuam para o crescimento intelectual do aluno.

As situações concretas – “événements” , na terminologia de Fernad Braudel – mostram-nos o papel dialético de certas figuras relativamente ao seu contexto histórico, mas que têm sido relegadas a um plano menor, em favor das grandes interpretações estruturais e da compreensão da rede interdinâmica dos processos evolutivos, em qualquer nível de ensino que se trabalhe. 

Estará ainda presente, para alguns docentes; o mito dos heróis ideologicamente exemplares que nos bloqueia e persegue, impedindo-nos de ver a importância que determinados fatos têm para o aluno adolescente? 

Parece-nos bastante arriscado afirmar qualquer coisa a respeito das ações do herói. É preciso ter cuidado, principalmente, quando se trata de herói nacional.
Certamente, faz-se necessário um repensar histórico, quer pela via de identificação ou rejeição do personagem em questão.

Educamos para mudanças, mudanças essas baseadas em pesquisas, onde se discute a possibilidade de transmitir aos educandos uma crítica bem fundamentada e um comprometimento com a busca de uma educação qualificada para o futuro dos nossos jovens. Um outro importante fator de adesão é a compreensão do mito histórico. Caberá ao adolescente julgá-lo, sem maiores envolvimentos ideológicos. 

Estas concepções mítico-historiográficos, examinadas e, em muitos aspectos revistas, criticadas e, consequentemente, atenuadas, constituem um universo de valores pedagógicos a que o professor de História sente o dever de assimilar, questionar, analisar o grau de complexidade, a diversidade e as situações que terá que enfrentar, diante do processo de aprendizagem dos adolescentes. 

A suscitação de uma compreensão mais livre, procurando abrir um campo para a reflexão pedagógica, cientificamente fundamentada, aberta e crítica, possibilitará uma análise mais ampla sobre qualquer dos assuntos abordados.

Um comentário:

  1. Olá Manoel!
    Encontrei seu blog por acaso e achei que talvez se interessasse em conhecer um projeto que estou desenvolvendo em meu blog. Chama-se "História ao contrário". Minha intenção é aumentar o conhecimento da história daqueles que foram esquecidos, principalmente das mulheres. Noto que muitas meninas não seguem determinados caminhos, por não terem exemplos e nem aprenderem sobre eles. Deixo o link do meu blog "Pensando ao contrário" e parabéns pela sua iniciativa! Camila
    http://pensandoaocontrario.blogspot.com.br/

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