terça-feira, 7 de agosto de 2012

A DIVERSIDADE DAS AÇÕES DIDÁTICAS


Hoje sabemos que cada pessoa dispõe de algumas portas de acesso à aprendizagem: os temas, a forma de trabalhar e as atividades ora interessam e facilitam a aprendizagem de algumas pessoas, ora de outras. É comum num grupo existirem alunos com facilidade especial para escrever e que, diante de uma proposta matemática, apresentam grandes dificuldades.

Há aqueles que se saem melhor em situações que requerem uso da lógica; há outros que circulam com sucesso por atividades mais convencionais, como realizar operações matemáticas. Daí a importância das atividades propostas, num mesmo dia ou ao longo de uma semana, serem diversificadas. Se propusermos seguidamente o mesmo tipo de situação didática, corremos risco de favorecer apenas uma parte de nossos alunos.    

É bom lembrar que diversificar as atividades, na rotina da sala de aula, não significa ter a responsabilidade de criar uma novidade a cada aula, a cada dia. Falamos de uma diversidade de caminhos, tempos, lugares e de olhar; pensamos numa aula onde a lógica didática mais tradicional dê lugar à experiência inteira do aprender: ver, agir, pensar, fazer, experimentar, com todos os sentidos acionados.

Vale a pena acompanhar o que diz Antoni Zabala, um especialista em
educação, a respeito da diversidade: 

“Dada a diversidade dos alunos, o ensino não pode se limitar a proporcionar sempre o mesmo tipo de ajuda nem intervir da mesma maneira em cada um dos alunos e alunas. É preciso diversificar os tipos de ajuda; fazer perguntas ou apresentar tarefas que requeiram diferentes níveis de raciocínio e realização; possibilitar, sempre, respostas positivas, melhorando-as quando inicialmente são mais insatisfatórias; não tratar de forma diferente os alunos com menos rendimento; estimular constantemente o progresso pessoal. Mas também, é imprescindível diversificar as atividades, a fim de que os alunos possam escolher entre tarefas variadas, e propor diversas atividades com diferentes opções ou níveis possíveis de realização. Para que tudo isso seja possível é preciso tomar medidas de organização do grupo, de tempo e espaço e, ao mesmo tempo, de organização dos próprios conteúdos, que possibilitem a atenção às necessidades individuais. Agrupamentos flexíveis, equipes fixas ou variáveis, trabalho individual, oficinas, etc., com o objetivo de dispor de tempo e oportunidades para proporcionar em todo momento a ajuda de que cada aluno necessita.”
(Zabala, Prática Educativa) 

Existem outras situações que por sua natureza devem ser realizadas com maior frequência:

_ a leitura feita pelo professor;
_ a leitura feita pelo aluno;
_ o convite ao registro das descobertas, do construído e aprendido;
_ o registro em diferentes linguagens: o texto, o desenho, os esquemas, a fala;
_ o contato individual com as situações de aprendizagem e o encontro com os parceiros (duplas, trios ou pequenos grupos).

É importante que cada professor liste as situações ou atividades que, de acordo com o ritmo e as necessidades de seu grupo, devem ser feitas diariamente, semanalmente e ocasionalmente. Essa classificação, para ser
fecunda e efetiva, só pode ser feita pelo professor, a partir da compreensão que tem de seu grupo e dos projetos que deseja com ele realizar.      

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