Hoje sabemos que cada pessoa dispõe de algumas
portas de acesso à aprendizagem: os temas, a forma de trabalhar e as atividades
ora interessam e facilitam a aprendizagem de algumas pessoas, ora
de outras. É comum num grupo existirem alunos com facilidade especial para
escrever e que, diante de uma proposta matemática, apresentam grandes
dificuldades.
Há aqueles que se saem melhor em situações que
requerem uso da lógica; há outros que circulam com sucesso por atividades mais
convencionais, como realizar operações matemáticas. Daí a importância das
atividades propostas, num mesmo dia ou ao longo de uma semana, serem
diversificadas. Se propusermos seguidamente o mesmo tipo de situação didática,
corremos risco de favorecer apenas uma parte de nossos alunos.
É bom lembrar que diversificar as atividades, na
rotina da sala de aula, não significa ter a responsabilidade de criar uma
novidade a cada aula, a cada dia. Falamos de uma diversidade de caminhos,
tempos, lugares e de olhar; pensamos numa aula onde a lógica didática mais
tradicional dê lugar à experiência inteira do aprender: ver, agir, pensar,
fazer, experimentar, com todos os sentidos acionados.
Vale a pena acompanhar o que diz Antoni Zabala, um
especialista em
educação, a respeito da diversidade:
“Dada
a diversidade dos alunos, o ensino não pode se limitar a proporcionar sempre o
mesmo tipo de ajuda nem intervir da mesma maneira em cada um dos alunos e
alunas. É preciso diversificar os tipos de ajuda; fazer perguntas ou apresentar
tarefas que requeiram diferentes níveis de raciocínio e realização; possibilitar,
sempre, respostas positivas, melhorando-as quando inicialmente são mais
insatisfatórias; não tratar de forma diferente os alunos com menos rendimento;
estimular constantemente o progresso pessoal. Mas também, é imprescindível
diversificar as atividades, a fim de que os alunos possam escolher entre
tarefas variadas, e propor diversas atividades com diferentes opções ou níveis
possíveis de realização. Para que tudo isso seja possível é preciso tomar
medidas de organização do grupo, de tempo e espaço e, ao mesmo tempo, de
organização dos próprios conteúdos, que possibilitem a atenção às necessidades
individuais. Agrupamentos flexíveis, equipes fixas ou variáveis, trabalho
individual, oficinas, etc., com o objetivo de dispor de tempo e oportunidades
para proporcionar em todo momento a ajuda de que cada aluno necessita.”
(Zabala,
Prática Educativa)
Existem outras situações que por sua natureza devem
ser realizadas com maior frequência:
_ a leitura
feita pelo professor;
_ a leitura
feita pelo aluno;
_ o convite ao
registro das descobertas, do construído e aprendido;
_ o registro
em diferentes linguagens: o texto, o desenho, os esquemas, a fala;
_ o contato
individual com as situações de aprendizagem e o encontro com os parceiros
(duplas, trios ou pequenos grupos).
É importante que cada professor liste as situações
ou atividades que, de acordo com o ritmo e as necessidades de seu grupo, devem
ser feitas diariamente, semanalmente e ocasionalmente. Essa classificação, para
ser
fecunda e efetiva, só pode ser feita pelo professor,
a partir da compreensão que tem de seu grupo e dos projetos que deseja com ele
realizar.
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