Hoje,
11 de janeiro de 2013, comemoram-se 13 anos do Decreto Federal Nº 98.816, que
regulamentou primeiramente a Lei dos Agrotóxicos.
O
grande progresso sem dúvidas é a ampliação da consciência da sociedade em
relação aos grandes problemas ambientais que ainda é a utilização
indiscriminada de venenos agrícolas e, precisa ser manifestada em ações pelo
poder público e claro, pela sociedade civil.
É
visível que o meio ambiente vem passando por intensas transformações derivadas
do processo da modernização agrícola. Esta se deu através de políticas voltadas
principalmente ao desenvolvimento das monoculturas designadas à exportação.
Essas políticas se fazem sobre a guia e interesse do grande capital nacional e
internacional.
Até
pouco tempo várias doenças como câncer, doenças respiratórias, neurológicas,
transtornos de conduta e más formações congênitas eram tidas como doenças de
“causas desconhecidas”. Análises na área de Saúde Ambiental, que pesquisam os
impactos do ambiente na saúde humana, vêm mostrando o ambiente como fator de
grande importância no processo de determinação dessas doenças.
O
termo “defensivo agrícola” é muitas vezes empregado por fabricantes,
distribuidores, vendedores, técnicos estimulados pelo setor produtivo
industrial, que querem tornar mínimo o esclarecimento de sua nocividade. Até
hoje, o setor industrial investe nesta denominação, busca e influencia a
política agrícola para o uso intensivo desses venenos. A denominação de
“veneno”, de emprego popular, é o mais adequado.
O uso
abundante de venenos agrícolas implica em graus rigorosos de poluição ambiental
e intoxicação humana, pois grande maioria dos agricultores, aplicadores,
desconhece os riscos a que se expõem e, consequentemente, descumprem normas
básicas de saúde e segurança, sem falar que destrói a biodiversidade e
comprometem os recursos naturais para os presentes e futuras gerações.
Tem
sido pensado e proposto sobre a melhor proteção do trabalhador rural,
diretamente exposto à intoxicação por venenos agrícolas. O mesmo não é feito
quanto à proteção dos seres vivos em geral, principalmente aqueles
indiretamente expostos através da contaminação da água, do solo, de alimentos
que contenham resquícios de venenos agrícolas. Estes estão fortemente sujeitos
a problemas recorrentes de exposição contínua a múltiplos agentes.
VOCÊ
SABIA!
O Brasil atingiu
recentemente uma liderança da qual não podemos nos orgulhar. Somos o país que
mais consome agrotóxicos no planeta. A “conquista” não pode ser ignorada, como
se dela não fizéssemos parte. Se por um lado existe a enorme pressão comercial
das empresas produtoras de agrotóxicos, que sem qualquer compromisso com o meio
ambiente e com a saúde da população visam apenas o aumento dos lucros, por
outro existe todo um contexto que permitiu chegarmos a essa liderança. Faz
parte desse contexto, a opção por um modelo de desenvolvimento agrícola em que
a intensificação tecnológica gradativamente expulsa a agricultura familiar, e
tem sido causa de degradação dos recursos naturais e de exclusão social.
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