Saúde e qualidade
vocal do professor
O professor tem, no exercício de
sua atividade profissional, o poder de transformar a nossa sociedade; através
da educação tornar os sonhos realidade e levar um indivíduo aonde nem ele mesmo
sonha ser capaz chegar. O desejo de ensinar, aliado ao conhecimento, à arte e à
criatividade exige de si um constante aperfeiçoamento.
E esse aperfeiçoamento não se
limita apenas ao campo cultural, atinge também os aspectos físicos e vocais.
Pesquisas e estudos realizados
por profissionais da área da saúde em todo mundo são unânimes em considerar o
professor como o profissional da voz com maior risco de desenvolver algum tipo
de alteração vocal. Essa patologia também é conhecida como “transtorno vocal
ocupacional”. Fatores como ruídos de fundo, acústica pobre da sala, distância
interfalantes, qualidade do ar, demanda vocal, doenças respiratórias associadas
à resistência vocal baixa e à técnica pobre contribuem para o aparecimento de
lesões nas pregas vocais e rouquidão.
Geralmente, esses problemas são
acarretados pela rotina que o educador enfrenta. Ele, muitas vezes, precisa
lidar com a indisciplina e a falta de limites de alguns alunos e, ao tentar
controlar a situação, acaba cometendo constantes abusos vocais.
O mais comum é o educador ajustar
o tom de sua fala de acordo com o nível de pressão sonora do ambiente. Ou seja,
o professor com menor consciência e percepção da voz fala mais alto, geralmente
com a frequência mais aguda, e não percebe o esforço na produção da voz. Essa
prática é conhecida como efeito Lombard.
Ao adotar algumas medidas
preventivas, o educador percebe que a voz é a sua “ferramenta” valiosa, que uma
vez saudável, pode tornar a comunicação muito mais prazerosa. A primeira medida
a ser compreendida é a de que sintomas como rouquidão, fadiga vocal, pigarro,
dores constantes de garganta e sensação de incômodo ao engolir devem ser
investigados pelo médico otorrinolaringologista. Qualquer sintoma descrito
acima não deve ser negligenciado pelo professor. O diagnóstico rápido e correto
indicará o tratamento adequado. Por exemplo, um professor com nódulos vocais
(popularmente conhecidos como “calos”) necessita de tratamento fonoaudiológico
e quanto mais rápido for identificado, menor será o tempo deste tratamento.
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